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Visita de casal Bush causa prejuízos a comerciantes de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
Comerciantes das ruas por
onde passou ontem a primeira-dama dos EUA, Laura Bush,
contabilizavam os prejuízos em
razão da interdição.
"Deixei de ganhar pelo menos R$ 100 nesta manhã", dizia
Júnior Cesar Nascimento Carvalho, dono de um estacionamento na rua Belmiro Braga,
onde fica a ONG Cidade Escola
Aprendiz, visitada por Laura.
Carlos Freitas, designer gráfico, também reclamava que
havia perdido uma manhã de
trabalho por conta da interdição da rua. "Será que vão me
pagar o dia em dólar?", brincou.
O mecânico Iranilton de Jesus dos Santos afirmou que deixou de entregar dois carros que
estavam sendo consertados na
sua oficina. "Os clientes ficaram chateados, mas o que eu
podia fazer se eles não deixavam circular carro na rua?"
Além disso, Santos diz que outros dez clientes desistiram de
fazer reparos em veículos.
Antes de ir à Vila Madalena,
Laura Bush visitou a ONG Alfabetização Solidária, nos Jardins, onde também causou
transtornos. O estacionamento
Doral Park, na rua Pamplona,
não pôde receber novos clientes por cerca de uma hora e
quinze minutos, em razão da
interdição da via. Segundo o
caixa Aureliano Costa da Silva,
entre 20 e 30 carros entram no
local por hora.
O corretor de seguros Noach
Freund, 47, reclamou que não
conseguia chegar ao escritório,
na alameda Franca. "Ninguém
avisou. É uma falta de organização enorme, a gente é tratado
como palhaço", disse.
Restaurante vazio
O empresário Sérgio Bernardes deixou de faturar pelo menos R$ 36 mil em seu restaurante nos dois dias da visita de
George W. Bush a São Paulo.
A churrascaria The Prime
Grill fica na avenida Moreira
Guimarães, nas proximidades
do aeroporto de Congonhas. A
via foi interditada para a passagem da comitiva de Bush.
Bernardes reclama das interdições de anteontem à noite na
hora do jantar -entre as 20h e
as 21h aproximadamente- e de
ontem na hora do almoço -das
12h até por volta das 13h.
Segundo ele, pelo menos 400
rodízios deixaram de ser servidos. O preço por pessoa é de
R$ 65. Com bebidas e outros
produtos, o tíquete médio no
restaurante é de R$ 90.
"Se fosse uma coisa breve, tudo bem. Mas ontem [anteontem] à noite matou o jantar.
Hoje [ontem] matou o almoço.
A gente perdeu 400 rodízios.
Tenho 80 funcionários parados, comida pronta, energia
elétrica sendo consumida, tudo
isso é prejuízo."
(CLÁUDIA COLUCCI, AFRA BALAZINA E EVANDRO SPINELLI)
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