São Paulo, quinta-feira, 10 de abril de 2008

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2 são detidos suspeitos de aliciar menor para pedofilia

Polícia do Rio acusa a dupla de "contratar" garoto de 11 anos para encontro com americano; ele teve a prisão decretada, mas deixou o Brasil

ADRIANA CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO

A DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente) prendeu ontem na praia de Copacabana, na zona sul do Rio, dois suspeitos de aliciar menores para exploração sexual. Eles vinham sendo investigados pela polícia havia um mês e ficarão detidos na Polinter (unidade da Polícia Civil).
Segundo a DPCA, o escultor de areia Ivan Carlos Souza Santos, 40, e o seu ajudante, José Marcílio Barros, 24, trabalhavam perto da boate Help, localização que favorecia a intermediação de programas sexuais entre crianças e turistas supostamente feita por eles.
Santos e Barros foram detidos por aliciarem um garoto de 11 anos para Michael Joseph Clifford, 43, que, segundo a polícia, é funcionário do governo dos Estados Unidos. O norte-americano também teve a prisão temporária decretada, mas não está mais no Brasil. Os três responderão por exploração sexual de menores.
Ontem, a DPCA divulgou cenas do circuito interno do hotel cinco estrelas onde Clifford estava hospedado e teve um encontro, em 15 de março, com o menino. O garoto chegou por volta das 3h e ficou no quarto do norte-americano até as 9h. O nome do hotel não foi informado. Clifford disse no hotel que o menino era seu sobrinho.
À polícia a criança disse ter mantido relações sexuais com o norte-americano após ser fotografado nu. Ele contou ter recebido R$ 300 pelo programa e disse que "sobrevivia graças aos gringos", insinuando ter participado de outros programas.
As supostas fotos não foram encontradas pelos policiais, que não souberam dizer o valor que os escultores cobraram para intermediar o programa.
Segundo o delegado Deoclécio Assis, o garoto -órfão de mãe e abandonado pelo pai- vive nas ruas de Copacabana há um mês e meio. Antes disso, morava com uma irmã na favela do Jacarezinho (zona norte).
A criança passou por exames psicológicos na tarde de ontem e depois seria levada à Promotoria da 2ª Vara da Infância e da Juventude, que definirá para onde ele será encaminhado.
Para Assis, o caso é "a ponta de um esquema de exploração sexual" e novos casos virão à tona a partir de agora. A delegacia já havia recebido pelo menos três novas denúncias ontem.
O delegado disse que Souza já tinha um mandado de prisão temporária expedido em novembro pelo Tribunal de Justiça da Bahia por tráfico internacional de drogas e por roubo.
As investigações apontam que o escultor aliciava crianças em Copacabana desde fevereiro, logo após chegar ao Rio, foragido da polícia baiana.


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