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2 são detidos suspeitos de aliciar menor para pedofilia
Polícia do Rio acusa a dupla de "contratar" garoto de 11 anos para encontro com americano; ele teve a prisão decretada, mas deixou o Brasil
ADRIANA CHAVES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO RIO
A DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente)
prendeu ontem na praia de Copacabana, na zona sul do Rio,
dois suspeitos de aliciar menores para exploração sexual. Eles
vinham sendo investigados pela polícia havia um mês e ficarão detidos na Polinter (unidade da Polícia Civil).
Segundo a DPCA, o escultor
de areia Ivan Carlos Souza Santos, 40, e o seu ajudante, José
Marcílio Barros, 24, trabalhavam perto da boate Help, localização que favorecia a intermediação de programas sexuais entre crianças e turistas
supostamente feita por eles.
Santos e Barros foram detidos por aliciarem um garoto de
11 anos para Michael Joseph
Clifford, 43, que, segundo a polícia, é funcionário do governo
dos Estados Unidos. O norte-americano também teve a prisão temporária decretada, mas
não está mais no Brasil. Os três
responderão por exploração
sexual de menores.
Ontem, a DPCA divulgou cenas do circuito interno do hotel
cinco estrelas onde Clifford estava hospedado e teve um encontro, em 15 de março, com o
menino. O garoto chegou por
volta das 3h e ficou no quarto
do norte-americano até as 9h.
O nome do hotel não foi informado. Clifford disse no hotel
que o menino era seu sobrinho.
À polícia a criança disse ter
mantido relações sexuais com o
norte-americano após ser fotografado nu. Ele contou ter recebido R$ 300 pelo programa e
disse que "sobrevivia graças aos
gringos", insinuando ter participado de outros programas.
As supostas fotos não foram
encontradas pelos policiais,
que não souberam dizer o valor
que os escultores cobraram para intermediar o programa.
Segundo o delegado Deoclécio Assis, o garoto -órfão de
mãe e abandonado pelo pai-
vive nas ruas de Copacabana há
um mês e meio. Antes disso,
morava com uma irmã na favela do Jacarezinho (zona norte).
A criança passou por exames
psicológicos na tarde de ontem
e depois seria levada à Promotoria da 2ª Vara da Infância e da
Juventude, que definirá para
onde ele será encaminhado.
Para Assis, o caso é "a ponta
de um esquema de exploração
sexual" e novos casos virão à tona a partir de agora. A delegacia
já havia recebido pelo menos
três novas denúncias ontem.
O delegado disse que Souza já
tinha um mandado de prisão
temporária expedido em novembro pelo Tribunal de Justiça da Bahia por tráfico internacional de drogas e por roubo.
As investigações apontam
que o escultor aliciava crianças
em Copacabana desde fevereiro, logo após chegar ao Rio, foragido da polícia baiana.
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