São Paulo, sexta-feira, 10 de abril de 2009

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ARACY AUGUSTA LEME KLABIN (1925-2009)

Briguenta, ela "nunca se curvava"

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Houve erro no registro, e Aracy, que era para ser Lemmo -com dois "emes" e um "o"-, virou, no pós-cartório, Aracy Augusta Leme.
O incidente não a excluía da família, e, desde que começou a ser educada, botou na cabeça que deveria crescer e estudar a todo custo.
Começou como funcionária da Escola Técnica de Aviação, em SP, onde conheceu um piloto americano recém-saído da Segunda Guerra. Casada, mudou-se com ele para os EUA, nos anos 40.
Lá, trabalhou na Max Factor, empresa de cosméticos fundada pelo criador do pancake e ligada a Hollywood. Foi especialista em maquiagem das estrelas de cinema, diz o filho Roberto.
Separada, voltou ao Brasil, onde se casou com Samuel Klabin, empresário do ramo do papel. Em 1959, decidiu estudar direito na USP.
Formada, advogava apenas para mulheres -pobres e ricas-, em casos de divórcios. E nunca cobrava. "Fazia isso por gosto", conta o filho.
Fez mestrado e doutorado em direito da família, lançou livros e foi professora da USP, até se aposentar, aos 70. Polêmica e briguenta, "nunca se curvava". Ultimamente, não aceitava a velhice e foi ficando sem projetos.
Viúva desde 1979, morreu no sábado, aos 83. "Ela morreu de depressão", diz o filho. Deixa filho e quatro netos.
Como era agnóstica, não haverá missa, mas uma confraternização, no próximo mês, para os amigos recordarem suas histórias.

obituario@grupofolha.com.br


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