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REMÉDIOS 2
Ministro da Saúde anuncia convênio com órgão da França, que deverá propor mecanismos para aprimorar controle
Agência francesa manda técnicos ao Brasil
MARTA AVANCINI
de Paris
O ministro da Saúde, Carlos Albuquerque, anunciou ontem um
convênio de colaboração com a
Agência de Medicamentos do governo francês, que fiscaliza a qualidade dos remédios comercializados na França.
A afirmação foi feita em Paris,
onde ele participou de encontro
com representantes de órgãos do
setor de saúde do governo francês.
Segundo o ministro, a agência
enviará técnicos ao Brasil para
diagnosticar e propor mecanismos para que os laboratórios de
análise de medicamentos brasileiros aprimorem o controle de qualidade.
Serão analisados ao todo 15 laboratórios -4 que cuidam do controle de qualidade e 11 que fabricam medicamentos. O ministro
disse que, hoje, há poucos laboratórios responsáveis pelo controle
de qualidade de medicamentos.
"Dependemos quase que exclusivamente do Fiocruz (no Rio), o
que cria uma sobrecarga. Por isso,
acontece de medicamentos deixarem de ser analisados, como ocorreu com alguns lotes de vacinas
importadas" , disse.
O ministro disse que as visitas
dos técnicos franceses começarão
em breve. No início de 98, o convênio pode entrar em uma segunda
fase, que inclui a transferência de
tecnologias e equipamentos.
Medicamentos ineficazes
Albuquerque afirmou que a comercialização de medicamentos
ineficazes é consequência da
transformação da Vigilância Sanitária em um cartório.
"A vigilância não está cumprindo suas funções e está se limitando
a atuar como um órgão burocrático de registro de remédios."
Albuquerque defendeu a reformulação da Vigilância Sanitária
como meio de assegurar a qualidade dos medicamentos.
A reformulação se basearia na
transferência de funções hoje desempenhadas pela vigilância a outros órgãos do governo.
"A vigilância funciona muito
como definidora de relações comerciais, com responsabilidades
que são do Itamaraty e do Ministério da Industria e Comércio", disse o ministro.
Segundo Albuquerque, a decisão
de retirar os 136 antibióticos do
mercado foi política.
"Esses medicamentos são comprovadamente ineficazes e estavam liberados por falta de uma decisão política. Essa decisão foi tomada e eles começaram a ser retirados do mercado ontem."
Albuquerque disse também que
apenas novas políticas para garantir a qualidade dos medicamentos
poderão evitar esse problema.
Ele afirmou que só serão comercializados no Brasil vacinas e medicamentos que tenham sido
aprovados e sejam usados em seu
país de origem.
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