FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

Uma mulher de 21 anos foi detida na noite e levada para a delegacia do município de Floresta (452 km de Recife). Ela havia sido identificada pela polícia como suspeita de ter colocado o veneno nas pizzas de mussarela e calabresa entregues por um motoboy a dois estudantes, um de 16 e outro de 22 anos.
A Polícia Civil de Pernambuco confirmou ontem que as nove pessoas hospitalizadas após consumir duas pizzas, quinta-feira passada, em Petrolândia (770 km da capital), foram envenenadas por um pesticida organoclorado, produto de alta toxidade e persistência residual usado no combate a pragas urbanas e em lavouras.
Ela seria ex-namorada do mais novo. A polícia trabalha com a hipótese de crime passional.
O rapaz ainda continua internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital da Restauração, na cidade de Recife. Outras três pessoas receberam alta médica ontem.
Segundo a polícia, o motoboy foi contratado por uma garota, que lhe entregou as pizzas na praça central da cidade. Com a encomenda, consumida com amigos e dois funcionários da escola, o jovem recebeu também uma carta de amor manuscrita, mas estava sem assinatura.
Apesar de o delegado Roberto Fonseca apurar a possibilidade de crime passional, ele não descarta a hipótese de vingança.
Para Fonseca, só há certeza de que o crime foi premeditado. As pizzarias de Petrolândia, afirmou, não receberam encomendas de entrega naquele dia. Ele diz acreditar que as pizzas envenenadas foram preparadas pelo criminoso. O pesticida, de acordo com o IML, foi misturado ao molho de tomate ou à maionese.
Segundo Paulo Tadeu, diretor do IML, organofosforados têm mau cheiro e modificam o gosto dos produtos. Já os ornagoclorados não provocam alterações relevantes.


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