São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Atuação de quadrilha eleva roubos e assusta morador em Cajuru

No primeiro trimestre de 2008, foram 11 assaltos, contra três no mesmo período de 2007; grupo foi preso em março

Quadrilha queria controlar o crime organizado na cidade, que tem 22 mil habitantes; após prisão, roubos pararam, disse o prefeito

GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO

Onze assaltos em três meses tornaram a violência a preocupação número um dos moradores de Cajuru, cidade de 22 mil habitantes a 311 km de São Paulo. Por trás dos roubos, segundo a polícia, está uma quadrilha desmantelada em março -e responsável por instituir uma espécie de tribunal paralelo para julgar inimigos e controlar ações criminosas no município.
Parece pouco, mas os 11 assaltos no primeiro trimestre de 2008 representam 266,6% de aumento em relação às três ocorrências do mesmo período do ano anterior em Cajuru.
Uma moradora, que pediu para não ser identificada, disse que ao menos três vizinhos já foram vítimas de assalto. "Em dois casos, os bandidos invadiram as casas", disse.
O prefeito João Ruggeri Ré (PP) faz coro com a moradora: afirma "nunca" ter visto uma série de roubos tão grande para os padrões da Cajuru.
De acordo com o delegado Paulo Piçarro, 80% dos assaltos estão ligados à quadrilha que, com base em escutas telefônicas, a polícia deteve.
A operação policial ocorreu no dia 15 de março. No total, foram presas 12 pessoas do grupo, supostamente ligado à facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital).
Acusado de ser o líder da quadrilha, Fernando Aparecido de Oliveira Moura, 28, o Fantasma, dava ordens de dentro da penitenciária de Álvaro de Carvalho (a 425 km de SP), onde cumpre pena por tráfico. As determinações eram recebidas por Edmar Caetano da Paixão, 27, o Fininho, apontado pela polícia como o braço direito de Fantasma na facção criminosa.
Segundo Piçarro, após a prisão, os assaltos na cidade "praticamente acabaram". De acordo com ele, os membros da quadrilha foram reconhecidos por várias vítimas dos roubos cometidos no início do ano.
O prefeito concorda. "Os roubos pararam depois da prisão", afirmou Ré, que, entretanto, disse não acreditar que a quadrilha seja do PCC. "É tudo menino bobo, PCC nada. Isso não tem aqui em Cajuru. Era só bandidinho." A ligação entre a quadrilha e o PCC se confirma na desgravação das 19 mil conversas telefônicas monitoradas pela polícia, disse o delegado.

Contramão
O aumento da criminalidade em Cajuru vai na contramão do que ocorreu na região, onde o total de ocorrências desse tipo de crime caiu de 1.794 para 1.649 na comparação do primeiros trimestre deste ano e do ano passado. Em Ribeirão Preto, maior cidade da região, o total de assaltos caiu de 792 casos para 694 no mesmo período.


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