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Atuação de quadrilha eleva roubos e assusta morador em Cajuru
No primeiro trimestre de 2008, foram 11 assaltos, contra três no mesmo período de 2007; grupo foi preso em março
Quadrilha queria controlar o crime organizado na cidade, que tem 22 mil habitantes; após prisão, roubos pararam, disse o prefeito
GEORGE ARAVANIS
DA FOLHA RIBEIRÃO
Onze assaltos em três meses
tornaram a violência a preocupação número um dos moradores de Cajuru, cidade de 22 mil
habitantes a 311 km de São Paulo. Por trás dos roubos, segundo
a polícia, está uma quadrilha
desmantelada em março -e
responsável por instituir uma
espécie de tribunal paralelo para julgar inimigos e controlar
ações criminosas no município.
Parece pouco, mas os 11 assaltos no primeiro trimestre de
2008 representam 266,6% de
aumento em relação às três
ocorrências do mesmo período
do ano anterior em Cajuru.
Uma moradora, que pediu
para não ser identificada, disse
que ao menos três vizinhos já
foram vítimas de assalto. "Em
dois casos, os bandidos invadiram as casas", disse.
O prefeito João Ruggeri Ré
(PP) faz coro com a moradora:
afirma "nunca" ter visto uma
série de roubos tão grande para
os padrões da Cajuru.
De acordo com o delegado
Paulo Piçarro, 80% dos assaltos
estão ligados à quadrilha que,
com base em escutas telefônicas, a polícia deteve.
A operação policial ocorreu
no dia 15 de março. No total, foram presas 12 pessoas do grupo, supostamente ligado à facção criminosa PCC (Primeiro
Comando da Capital).
Acusado de ser o líder da quadrilha, Fernando Aparecido de
Oliveira Moura, 28, o Fantasma, dava ordens de dentro da
penitenciária de Álvaro de Carvalho (a 425 km de SP), onde
cumpre pena por tráfico. As determinações eram recebidas
por Edmar Caetano da Paixão,
27, o Fininho, apontado pela
polícia como o braço direito de
Fantasma na facção criminosa.
Segundo Piçarro, após a prisão, os assaltos na cidade "praticamente acabaram". De acordo com ele, os membros da quadrilha foram reconhecidos por
várias vítimas dos roubos cometidos no início do ano.
O prefeito concorda. "Os roubos pararam depois da prisão",
afirmou Ré, que, entretanto,
disse não acreditar que a quadrilha seja do PCC. "É tudo menino bobo, PCC nada. Isso não
tem aqui em Cajuru. Era só
bandidinho." A ligação entre a
quadrilha e o PCC se confirma
na desgravação das 19 mil conversas telefônicas monitoradas
pela polícia, disse o delegado.
Contramão
O aumento da criminalidade
em Cajuru vai na contramão do
que ocorreu na região, onde o
total de ocorrências desse tipo
de crime caiu de 1.794 para
1.649 na comparação do primeiros trimestre deste ano e do
ano passado. Em Ribeirão Preto, maior cidade da região, o total de assaltos caiu de 792 casos
para 694 no mesmo período.
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