São Paulo, segunda-feira, 10 de maio de 2010

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entrevista

Para docente, conservação "não é a ideal"

DA REPORTAGEM LOCAL

O uso de baldes e caixas-d'água para armazenar corpos não deveria mais ser praticado, afirma o chefe da disciplina de anatomia da Unifesp, Luis Garcia Alonso. Na antiga Escola Paulista de Medicina, relata Alonso, são usados tanques de alvenaria, revestidos com azulejos. Abaixo, a entrevista concedida pelo docente da Unifesp.
(FT)

FOLHA - É normal armazenar corpos para estudo em baldes e caixas-d'água?
LUIS GARCIA ALONSO
- Normalmente, são usados tanques de vários tipos, como de alvenaria ou de aço, sendo estes mais caros. Caixa-d'água eu já vi. Quando estudei na [faculdade] Santa Casa, há 20 anos, era assim. Mas não é o ideal, a tendência é não usar mais isso. Do ponto de vista de armazenamento, não faz muita diferença. Mas faz no estético, que é importante quando se trabalha com corpos.

FOLHA - Uso de cadáveres antigos atrapalha o ensino?
GARCIA
- Pelo manuseio, algumas estruturas vão se perdendo, o que atrapalha. A falta de cadáveres é generalizado, devido ao aumento da demanda pelo crescimento do número de escolas de saúde e pela diminuição de corpos.
Mas dá para utilizar um cadáver por vários anos, desde que ele esteja bem armazenado. Você vai adaptando. Se não está mais bom para ver as vísceras, começa a focar músculos, depois as artérias.

FOLHA - Quantos corpos a Unifesp recebe ao ano?
GARCIA
- Um ou dois. Está longe de ser o suficiente.


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