São Paulo, Segunda-feira, 10 de Maio de 1999
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Prefeitura não se acha responsável

da Reportagem Local

A prefeitura não se considera responsável pelo resultado dos projetos que aprovou no Bairro Colina de São Francisco. Diz que, se houve desvirtuamento, a culpa é da construtora Gafisa.
Entre os dias 20 de abril e 7 de maio, a Folha entrevistou, separadamente, Hussain Aref Saab (diretor da Sempla - Secretaria do Planejamento), Jorge Cheibub Filho (assessor técnico da Sehab - Secretaria da Habitação), Gabriel Haddad Neto (administrador regional do Butantã) e José Tadeu Picerni (chefe da unidade de aprovação de plantas da mesma regional).
Os quatro representam os órgãos que, entre 1995 e 1999, regularizaram o Runner Club e o shopping.
(AA)

Folha - A prefeitura tem conhecimento de que, no local onde aprovou nove predinhos e um parque, hoje funcionam um shopping e um misto de clube com academia?
Saab, Cheibub e Haddad -
Não.
Folha - No projeto apresentado à Sempla e à Sehab, a Gafisa dizia que o parque iria aliar dados sobre flora e tectônica à prática esportiva. A prefeitura não achou a combinação esquisita?
Saab/Sempla - Não. Somos obrigados a acreditar no que estão nos propondo. A responsabilidade é de quem propõe.
Cheibub/Sehab - Trabalhamos em cima de papel, de plantas. Não nos cabe prever desvirtuamentos futuros. Temos é que saber se o projeto apresentado respeita a lei. Os que a Gafisa mostrou respeitavam, pelo menos quando passaram por aqui.
Folha - As plantas dos nove predinhos que a regional aprovou e que, depois, se transformaram em shopping exibiam telhados pela metade. Não é estranho?
Picerni/regional -
Não podemos questionar estilos arquitetônicos. Cometeríamos uma indelicadeza com o engenheiro ou o arquiteto responsável pelo projeto.
Folha - É função da regional fiscalizar se as construções da cidade estão respeitando o uso a que se propuseram. Por que, então, o Runner Club e o shopping continuam funcionando?
Haddad/regional -
Porque não sabíamos do desvirtuamento.
Folha - Agora que sabem, o que pretendem fazer?
Haddad/regional -
Vamos mandar um técnico à área para avaliar a questão. Se ele constatar irregularidade, pode solicitar à regional a cassação das licenças de funcionamento e a cobrança de multas.


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