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Prefeitura não se acha responsável
da Reportagem Local
A prefeitura não se considera
responsável pelo resultado dos
projetos que aprovou no Bairro
Colina de São Francisco. Diz que,
se houve desvirtuamento, a culpa é
da construtora Gafisa.
Entre os dias 20 de abril e 7 de
maio, a Folha entrevistou, separadamente, Hussain Aref Saab (diretor da Sempla - Secretaria do Planejamento), Jorge Cheibub Filho
(assessor técnico da Sehab - Secretaria da Habitação), Gabriel Haddad Neto (administrador regional
do Butantã) e José Tadeu Picerni
(chefe da unidade de aprovação de
plantas da mesma regional).
Os quatro representam os órgãos
que, entre 1995 e 1999, regularizaram o Runner Club e o shopping.
(AA)
Folha - A prefeitura tem conhecimento de que, no local onde aprovou nove predinhos e um parque,
hoje funcionam um shopping e um
misto de clube com academia?
Saab, Cheibub e Haddad - Não.
Folha - No projeto apresentado à
Sempla e à Sehab, a Gafisa dizia
que o parque iria aliar dados sobre
flora e tectônica à prática esportiva. A prefeitura não achou a combinação esquisita?
Saab/Sempla - Não. Somos obrigados a acreditar no que estão nos
propondo. A responsabilidade é
de quem propõe.
Cheibub/Sehab - Trabalhamos
em cima de papel, de plantas. Não
nos cabe prever desvirtuamentos
futuros. Temos é que saber se o
projeto apresentado respeita a lei.
Os que a Gafisa mostrou respeitavam, pelo menos quando passaram por aqui.
Folha - As plantas dos nove predinhos que a regional aprovou e
que, depois, se transformaram em
shopping exibiam telhados pela
metade. Não é estranho?
Picerni/regional - Não podemos
questionar estilos arquitetônicos.
Cometeríamos uma indelicadeza
com o engenheiro ou o arquiteto
responsável pelo projeto.
Folha - É função da regional fiscalizar se as construções da cidade
estão respeitando o uso a que se
propuseram. Por que, então, o
Runner Club e o shopping continuam funcionando?
Haddad/regional - Porque não
sabíamos do desvirtuamento.
Folha - Agora que sabem, o que
pretendem fazer?
Haddad/regional - Vamos mandar um técnico à área para avaliar a
questão. Se ele constatar irregularidade, pode solicitar à regional a
cassação das licenças de funcionamento e a cobrança de multas.
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