|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRIME
Cartas informarão sobre investigações
Rio ajudará famílias de vítimas de auxiliar
free-lance para a Folha
A Secretaria Municipal de Saúde
está montando um esquema para
atender parentes das 225 pessoas
que morreram na UPT (Unidade
de Pacientes Traumáticos) do hospital Salgado Filho (no Méier, zona
norte) do início de janeiro até o dia
4 de maio.
Na unidade trabalhava o auxiliar
de enfermagem Edson Izidoro
Guimarães, 42, que confessou ter
matado cinco pacientes e que é
suspeito de ser o responsável pela
morte de mais de cem pacientes.
A partir de hoje, funcionários da
secretaria estarão de plantão para
atender familiares. Além disso,
cartas serão enviadas às famílias
informando o que está sendo feito
para esclarecer as mortes.
Em nota oficial divulgada ontem,
a direção do hospital afirma que
compartilha "da indignação e do
sofrimento de todos aqueles que,
por um ato de crueldade de alguém
que deveria trabalhar a serviço da
vida, do conforto da dor e no cuidado com os desvalidos, utilizou
seus conhecimentos de forma vil,
escondido no uniforme branco do
profissional de saúde".
Um ato ecumênico lembrando as
vítimas de Guimarães será realizado esta semana em frente ao hospital. Guimarães, 42, que está preso
desde sexta-feira na Delegacia de
Homicídios (centro do Rio), deverá ter seu registro profissional cassado pelo Conselho Regional de
Enfermagem. Será instaurado um
processo ético contra o auxiliar de
enfermagem, que poderá determinar a cassação, impedindo-o de
exercer a profissão.
O dono da funerária Novo Mundo, Manoel de Souza Oliveira, disse ontem que vai processar Guimarães por difamação e calúnia.
O nome da funerária foi citado
pelo auxiliar de enfermagem. A
Novo Mundo seria uma das funerárias que pagam entre R$ 80 e R$
100 para os funcionários em troca
de informações sobre mortes.
"Este cara só pode ser um débil
mental. Nunca vi este cidadão na
minha vida", disse.
Ele disse que apresentará esta semana à delegada Marta Cavalieri,
que investiga o caso, fichas dos enterros que realizou desde que abriu
a loja, há 15 anos. "Não pago propina a ninguém. As famílias simplesmente me procuram na loja."
Guimarães tem dois apartamentos em um condomínio de classe
média baixa, em Jacarepaguá (zona oeste do Rio), e um automóvel
modelo Escort. Como auxiliar de
enfermagem no hospital Salgado
Filho, ele recebia salário de R$ 570.
Após a prisão de Guimarães, a
mulher Glória, o filho Edson Júnior, a enteada de 22 anos, o genro
e o filho do casal, de um ano, saíram do apartamento do condomínio Village Sol e Mar, estimado em
R$ 60 mil. Guimarães também é
proprietário de um outro imóvel
no mesmo condomínio.
(CS e AFL)
Texto Anterior: EUA prevêem boom de drogas do sexo Próximo Texto: Prefeitura libera obra irregular Índice
|