São Paulo, quinta-feira, 10 de junho de 2004

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CRIME

Foragido escalou muro de prisão

Foge suspeito de agir em grupo de extermínio

KATIÚCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO

ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO

O investigador Ricardo José Guimarães, 32, preso desde o dia 24 de março sob a acusação de ter matado a dona-de-casa Tatiana Aparecida Assuzena, 24, fugiu do Presídio Especial da Polícia Civil, em São Paulo, na tarde de ontem. Guimarães é considerado peça fundamental para a investigação sobre o envolvimento de policiais civis em um suposto grupo de extermínio em Ribeirão Preto.
Segundo o diretor do presídio, José Carlos Sanches Bueno, Guimarães fugiu por volta das 15h15. Ele escalou o muro do centro de tecnologia e subiu as escadas de uma das guaritas de vigilância. Bueno afirma que, na hora da fuga, não havia nenhum policial na guarita porque o encarregado da vigilância estava fazendo escolta.
O diretor da Corregedoria Geral da Polícia Civil de São Paulo, Rui Estanislau Silveira Mello, 54, disse que foram abertos inquérito e sindicância administrativa para investigar se algum funcionário facilitou a fuga. Corregedores enviados ao local também fizeram a contagem dos presos e se reuniram com a direção do presídio.

Namorada
A polícia investiga se a namorada de Guimarães, Fernanda Vedovato, 18, teve alguma participação na fuga do investigador. Ela e dois homens, um deles identificado pela Polícia Militar como Hélder Jean Morato Vieira, foram detidos no centro da capital com 9.378 e mais R$ 4.000, o que soma cerca de R$ 40 mil.
Segundo a assessoria de imprensa da polícia, o trio foi levado para o prédio da Polícia Federal, onde prestou depoimento. O dinheiro foi apreendido. A quantia em euro será periciada antes de ser encaminhada ao Banco Central. Com base no depoimento de Vieira, ele e a moça iriam viajar para Madri. O casal tinha passagens compradas para hoje. O trio foi liberado.
De acordo com a Corregedoria, a Polícia Federal já foi informada sobre a fuga de Guimarães e o nome do investigador está classificado como pessoa procurada e, portanto, impedida de sair do país. Ele pode ser preso em qualquer aeroporto internacional brasileiro e nas fronteiras terrestres.
A Folha esteve anteontem no presídio para entrevistar Guimarães, mas ele disse que havia mudado de idéia e não iria falar com a reportagem. Na entrada principal do prédio, funcionários sem crachá se confundem com presos, que transitam livremente pelos corredores.


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