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CRIME
Foragido escalou muro de prisão
Foge suspeito de agir em grupo de extermínio
KATIÚCIA MAGALHÃES
FREE-LANCE PARA A FOLHA RIBEIRÃO
ROGÉRIO PAGNAN
DA FOLHA RIBEIRÃO
O investigador Ricardo José
Guimarães, 32, preso desde o dia
24 de março sob a acusação de ter
matado a dona-de-casa Tatiana
Aparecida Assuzena, 24, fugiu do
Presídio Especial da Polícia Civil,
em São Paulo, na tarde de ontem.
Guimarães é considerado peça
fundamental para a investigação
sobre o envolvimento de policiais
civis em um suposto grupo de extermínio em Ribeirão Preto.
Segundo o diretor do presídio,
José Carlos Sanches Bueno, Guimarães fugiu por volta das 15h15.
Ele escalou o muro do centro de
tecnologia e subiu as escadas de
uma das guaritas de vigilância.
Bueno afirma que, na hora da fuga, não havia nenhum policial na
guarita porque o encarregado da
vigilância estava fazendo escolta.
O diretor da Corregedoria Geral
da Polícia Civil de São Paulo, Rui
Estanislau Silveira Mello, 54, disse
que foram abertos inquérito e sindicância administrativa para investigar se algum funcionário facilitou a fuga. Corregedores enviados ao local também fizeram a
contagem dos presos e se reuniram com a direção do presídio.
Namorada
A polícia investiga se a namorada de Guimarães, Fernanda Vedovato, 18, teve alguma participação na fuga do investigador. Ela e
dois homens, um deles identificado pela Polícia Militar como Hélder Jean Morato Vieira, foram detidos no centro da capital com
9.378 e mais R$ 4.000, o que soma
cerca de R$ 40 mil.
Segundo a assessoria de imprensa da polícia, o trio foi levado
para o prédio da Polícia Federal,
onde prestou depoimento. O dinheiro foi apreendido. A quantia
em euro será periciada antes de
ser encaminhada ao Banco Central. Com base no depoimento de
Vieira, ele e a moça iriam viajar
para Madri. O casal tinha passagens compradas para hoje. O trio
foi liberado.
De acordo com a Corregedoria,
a Polícia Federal já foi informada
sobre a fuga de Guimarães e o nome do investigador está classificado como pessoa procurada e, portanto, impedida de sair do país.
Ele pode ser preso em qualquer
aeroporto internacional brasileiro e nas fronteiras terrestres.
A Folha esteve anteontem no
presídio para entrevistar Guimarães, mas ele disse que havia mudado de idéia e não iria falar com
a reportagem. Na entrada principal do prédio, funcionários sem
crachá se confundem com presos,
que transitam livremente pelos
corredores.
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