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Paraty é acusada de desrespeitar patrimônio
Ministério Público Federal moveu ação contra a prefeitura da cidade do litoral fluminense, que é tombada pelo Iphan
Procurador critica aumento da altura máxima permitida aos novos prédios, que passou de 60 para 200 m com novo plano diretor
DA SUCURSAL DO RIO
O Ministério Público Federal
move uma ação civil pública
contra a Prefeitura de Paraty,
cidade litorânea do Rio de Janeiro, sob a acusação de desrespeito a normas de proteção do
Patrimônio Histórico e Cultural. A cidade é tombada pelo
Iphan (Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional)
desde 1974.
O prefeito José Carlos Porto
Neto (PTB) disse que o Iphan
aprovou todas as construções.
Mas, segundo a ação movida
pelo procurador da República
André de Vasconcelos Dias, a
prefeitura não tem preservado
o "ambiente e a moldura paisagística" do município.
O desrespeito às normas do
Iphan passaram a ser maiores,
afirma Dias, após a aprovação
do novo plano diretor da cidade, que contém leis em desacordo à legislação federal.
Entre as mudanças, está a altura máxima permitida aos novos prédios, que passou de 60
para 200 metros.
"As construtoras e imobiliárias fizeram grande pressão sobre o poder público [para a
aprovação dessa lei]", afirmou
o procurador.
Na ação civil pública, a Promotoria pede ainda uma cobrança de R$ 50 mil por dia, caso a prefeitura aprove novas
obras irregulares na cidade.
A ação não aponta irregularidades no centro histórico do
município, embora, segundo o
procurador, também haja problemas no local.
"No caso de Paraty, não apenas o centro histórico mas todo
o município é tombado. É uma
cidade que beira o mar com
uma vegetação de mata atlântica ao fundo. É essa paisagem
que valoriza o centro histórico", afirma Dias.
"Apesar de não ser objeto
desta ação, o centro histórico
está cheio de barracas. Prejudica a preservação, além de contribuir com a poluição."
Outro lado
O prefeito da cidade de Paraty afirmou que o Iphan "é
sempre consultado". "Existe
uma polêmica sobre o tombamento, se toda a cidade ou apenas o centro histórico [é tombado]", disse ele.
Porto Neto afirmou que vetou alguns pontos do plano diretor, mas que vereadores derrubaram o veto, promulgando a
lei. O prefeito diz não se lembrar de quais pontos havia discordado. "No nosso entendimento, não há nada que fira as
normas do Iphan", afirmou.
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