|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Lula sanciona pacote que agiliza julgamentos
Projetos excluem possibilidade de 2º júri automático para pena superior a 20 anos e alteram trâmite de crime passível de indenização
Para a ministra Ellen Gracie, do Supremo, mudanças no Código de Processo Penal vão reduzir "sensação de impunidade generalizada"
EDUARDO SCOLESE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou ontem
três projetos de lei, aprovados
no Congresso em maio, que alteram o Código de Processo Penal e podem tornar mais rápido
o julgamento de crimes.
Um deles modifica o funcionamento do Tribunal do Júri, e,
entre outros pontos, acaba com
a possibilidade automática de
segundo júri no caso de sentenças de prisão iguais ou superiores a 20 anos.
Outro impede que provas obtidas de forma ilícita sejam incluídas nos autos de um processo. Segundo o Ministério da
Justiça, apenas um artigo desse
projeto foi vetado por Lula,
aquele que obrigaria a substituição do juiz que teve acesso a
provas ilícitas, mesmo sem poder usá-las. A argumentação,
rejeitada pelo governo, é que o
juiz poderia ficar contaminado
por elas no restante do caso.
O terceiro projeto sancionado, em rápida e esvaziada cerimônia no Planalto, é o que modifica o trâmite de crimes passíveis de indenização. Agora, o
juiz que condena o réu também
definirá o valor da indenização,
sem a exigência de dois processos (criminal e indenizatório).
"[Esse pacote] Vai trazer
mais agilidade aos processos,
diminuindo a sensação dos cidadãos de impunidade generalizada", disse a ministra Ellen
Gracie, ex-presidente do STF
(Supremo Tribunal Federal),
que destacou o término do processo automático do novo júri.
"Trata-se de um dia importante para a Justiça e para o
país", disse, em discurso, o ministro Tarso Genro (Justiça).
Segundo ele, o pacote trará
"mais simplicidade" e "mais segurança" aos processos. Tarso
agradeceu a deputados e senadores pelos projetos aprovados.
Para o advogado-geral da
União, José Antonio Toffoli,
"esse pacote racionaliza o processo penal brasileiro, o que vai
intimidar aqueles que não querem cumprir a lei". De acordo
com ele, os projetos darão resultados no prazo de um ano.
As mudanças atingem casos
já em andamento, como o de
Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, denunciados pela morte da menina Isabella.
Eles negam o crime.
Texto Anterior: Em SP, doença afeta mais os heterossexuais Próximo Texto: Jovem agride cão e é multado em R$ 2.000 Índice
|