|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Apagão afeta até telefones de emergência
Diversas regiões do Estado de SP foram afetadas pela pane da Telefônica, que deixou os telefones mudos, inclusive os da PM
Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) diz "acompanhar com extrema preocupação as falhas nos serviços de telefonia fixa"
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pane no sistema de voz
de telefonia fixa da operadora
Telefônica deixou diversas regiões de todo o Estado de São
Paulo sem o serviço de recebimento e a realização de chamadas ao longo do dia de ontem.
Além de milhões de consumidores, a falha afetou o serviço de emergência da Polícia Militar, dos bombeiros, das ambulâncias do Samu e os números
de atendimento a clientes da
Eletropaulo e da Comgás.
Em nota, a Anatel (Agência
Nacional de Telecomunicações) diz "acompanhar com extrema preocupação as falhas
nos serviços de telefonia fixa"
da Telefônica e que "agentes de
fiscalização trabalham em regime de urgência na verificação
não só das causas, mas do alcance das consequências da paralisação" dos serviços.
De acordo com a Telefônica,
o problema foi causado por
uma falha em parte da rede, necessária para completar chamadas de voz ao conectar diversas centrais telefônicas, estabelecendo a ligação.
O problema, segundo a Telefônica, foi detectado às 9h e, às
15h, já havia restabelecido o sistema de telefonia fixa. Depois
desse horário, diz a empresa,
alguns clientes corporativos
ainda estavam sem serviço.
A empresa disse não saber
quantas linhas e usuários foram afetados durante a pane. A
Telefônica tem 12 milhões de
assinantes. Serviços como ligações locais, de longa distância,
para 0800, call centers e celulares ficaram fora do ar.
Emergência
A Polícia Militar diz que o
número 190, para atendimento
a chamadas de emergência, ficou fora do ar das 9h14 às
10h06. Nesse período, a PM
costuma receber uma média de
600 ligações, segundo o major
Marco Antônio Rangel Torres,
chefe do centro de operações.
"Tivemos um atendimento
precário", disse Torres. Um
plano de contingência foi adotado e as chamadas passaram a
ser transferidas para o centro
de operações do ABC -que retransmitia para São Paulo ordens para despachar carros da
polícia para locais de crimes.
O número 193, do Corpo de
Bombeiros, ficou fora do ar das
9h20 às 9h40 e não teve plano
de contingência. O Samu estima que deixou de receber 30
chamadas entre as 9h15 e 9h43.
Usuários do Speedy, serviço
de banda larga da Telefônica,
não foram afetados. Já as conexões por linha discada não se
conectaram à internet.
A Telefônica enfrentou pelo
menos duas grandes panes no
Speedy em menos de dois anos.
"É realmente muito estranho
que esses problemas afetem
apenas a Telefônica", diz
Eduardo Tude, presidente da
consultoria Teleco.
Para Juarez do Nascimento
Quadros, ex-ministro das Comunicações e hoje sócio da
Órion, o episódio levanta suspeitas sobre a fiscalização da
Anatel. "Acredito que determinados sistemas, fundamentais
para a prestação de alguns serviços, não deveriam ficar nas
mãos de terceirizados", diz
Quadros. "Além disso, faltam
quadros na Anatel para fiscalizar as operadoras. Vimos as telecomunicações crescerem
com um ritmo impressionante
e a agência usufrui de menos
verbas e até perdeu técnicos."
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO, DANIEL BERGAMASCO, LUÍS KAWAGUTI e JULIO
WIZIACK)
Colaborou JOSÉ ORENSTEIN
Texto Anterior: Brasil precisa acelerar redução de desigualdade Próximo Texto: Primeiro passo é tentar acordo, diz Procon Índice
|