São Paulo, domingo, 10 de julho de 2011

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WILMA MARIANI HUMBERG (1921-2011)

A alemã que fugia do país no frio

ESTÊVÃO BERTONI
DE SÃO PAULO

Todo ano, na mesma época, a alemã Wilma Mariani Humberg fugia do Brasil. A culpa disso tinha nome: frio.
Avessa às baixas temperaturas, corria do inverno sul-americano para passar dois ou três meses na Europa, aproveitando o calor de lá.
Quando o clima voltava a esquentar no Brasil, Wilma retornava ao país para onde migrara ainda na juventude.
Natural de Berlim, mudou-se quando moça com os pais para o Rio de Janeiro, onde conheceu o primeiro marido, o italiano Domenico Mariani.
Casaram-se em 1944 e se mudaram para São Paulo poucos anos depois. Ele, comerciante, foi dono de uma concessionária da Volkswagen. Tiveram três filhos.
Em 1969, ficou viúva. Foi a primeira de suas muitas perdas. A filha, Lia, morreu aos 39, e o filho Cláudio, aos 49.
Em 1979, casou-se pela segunda vez, com o empresário alemão Erich Humberg, que estava então com 75 anos. Aproveitaram que o marido já estava aposentado para viajar pelo mundo inteiro.
Ao todo, ficaram 20 anos juntos. Em 2000, prestes a completar 95, Erich morreu. O filho Coríntio conta que a mãe nunca se deixou abater.
Muito independente, Wilma guiou até passar dos 80 anos. Ia com as amigas dirigindo até Santa Catarina.
Segundo a família, ela era uma mulher muito exigente, rígida e extremamente fiel aos próprios princípios, o que às vezes a fazia brigar.
Para passar o tempo, gostava de pintar porcelanas.
Em 2008, teve o primeiro derrame. No ano seguinte, sofreu um infarto. Morreu na quinta, aos 90, devido a um acidente vascular cerebral.

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