São Paulo, domingo, 10 de julho de 2011

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Grande São Paulo vai buscar água no vale do Ribeira

Sabesp investe R$ 1 bi para fazer captação a quase 80 km da capital; projeto garante abastecimento da região só até 2020

É a primeira vez que a captação ocorre fora da região metropolitana; escassez tende a piorar, afirma especialista

VANESSA CORREA
EDUARDO GERAQUE
DE SÃO PAULO

Sem outras alternativas viáveis, a Sabesp -empresa de água que abastece boa parte da Grande São Paulo- vai investir R$ 1 bilhão até 2016 em um único projeto.
O objetivo é não perder a guerra contra a escassez. Mesmo assim, a realização da obra será apenas mais uma batalha, pois o fornecimento da região estará garantido apenas até 2020.
"Este é o último sistema pronto. Depois dele, teremos que buscar água cada vez mais longe" diz Dilma Pena, diretora-presidente da Sabesp e ex-secretária estadual de Saneamento e Energia.
Em cinco anos, parte dos paulistanos da zona sul e oeste, ao abrirem a torneira, vão consumir água carregada por quase 80 km.
A captação será em uma represa entre as cidades de Juquitiba (72 km de SP) e Ibiúna (69 km de SP), na bacia do rio Ribeira de Iguape, no vale do Ribeira.
Será a primeira vez que a captação de água para a Grande São Paulo será feita fora da região metropolitana.
Segundo o engenheiro responsável pelo projeto executivo da obra, Ivanildo Calheiros (da empresa Concremat), além da distância, há outro desafio: a água terá que vencer um desnível de 360 m para chegar aos paulistanos.

MANANCIAIS
O objetivo da Sabesp é até o final do ano contratar a empresa que fará as obras, a serem concluídas em 2016.
Será uma parceria público-privada e a vencedora poderá lucrar com a venda da água (por um período ainda não determinado).
Se tudo correr como o esperado, a nova captação vai gerar produção de até seis mil litros por segundo. O que significa 9% do que a Sabesp vende na Grande São Paulo.
A empresa atende 15,9 milhões de pessoas na zona metropolitana. E produz 67 mil litros de água por segundo.
Segundo Pena, a relação custo/benefício da obra é positiva. "Teremos competição [na licitação]", afirma.
Mesmo se o projeto estiver funcionando em 2016, a segurança hídrica da metrópole está garantida só até 2020, indicam as estimativas da própria Sabesp. Mas, segundo Dilma Pena, também será preciso reduzir as perdas para dar conta da demanda.
Para Miron da Cunha, vice-presidente do Comitê da Bacia do Alto Tietê, a situação tende a ser mais dramática nas próximas décadas.
"A saída é cuidar da qualidade dos mananciais. Sob pena de sobrar só água muito poluída para o consumo."


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