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Aposentado que usou Androcur
suspeito morre em Curitiba
ROGER MODKOVSKI
da Agência Folha, em Curitiba
A Polícia Civil está investigando
a morte do aposentado Theodoro
de Lima, 77, que havia usado remédios de um lote de Androcur
suspeito de falsificação.
Lima, que morava em Curitiba,
morreu às 7h30 de ontem. Ele sofria de câncer de próstata e recebia
tratamento e medicamentos do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.
Em fevereiro, medicamentos do
lote 351 do Androcur, suspeito de
ser falsificado, foram recolhidos
do Hospital de Clínicas e do Hospital Universitário de Londrina.
Os hospitais descobriram a possível falsificação porque o laboratório Schering do Brasil, que produz o Androcur, informou em fevereiro à Vigilância Sanitária do
Estado que estavam circulando no
país falsificações do produto.
Os hospitais universitários abriram processo administrativo para
recolher o lote. Segundo o Hospital de Clínicas, cerca de 90 pacientes usaram o Androcur desse lote.
Até agora, não havia registro de
nenhum problema decorrente do
uso do remédio falso.
Florindo de Lima, filho de Theodoro, relatou ao delegado Stelio
Machado que sentia que o tratamento, ao qual o pai vinha se submetendo havia quase um ano, não
estava mais tendo efeito.
Depois da morte do pai, ele soube que o Androcur que o aposentado usava podia ser falsificado.
O lote 351 havia sido comprado
pelos hospitais universitários no
ano passado, da Distribuidora de
Medicamentos Abifarma Ltda., de
Curitiba -homônima da Abifarma (Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica).
A distribuidora, autuada em
maio pela Vigilância Sanitária por
irregularidades, disse ter comprado o lote de uma drogaria no Rio
Grande do Sul. A Agência Folha
não conseguiu entrar em contato
com a distribuidora.
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