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Fabricante e Vigilância
divergem sobre lista
da Sucursal de Brasília
O fabricante de produtos farmacêuticos Roche e a Secretaria Nacional da Vigilância Sanitária discordaram ontem em relação a suposto erro na inclusão de lotes de
remédios contra a Aids na lista de
medicamentos falsificados.
A secretária nacional da Vigilância Sanitária, Marta Nóbrega, disse que a forma como a lista foi divulgada pode ter causado confusão. Nela estão incluídos os lotes
B223 do saquinavir (produzido
pela Roche) e W0277EB e
W0207DC do 3TC (produzidos
pela Glaxo Wellcome).
Esses lotes foram adquiridos pelo Ministério da Saúde e distribuídos às coordenações regionais de
saúde. Esses remédios são de venda expressamente proibida. São
entregues gratuitamente pela rede
pública a portadores do vírus HIV.
Partes desses lotes, no entanto,
foram roubadas. Segundo Marta
Nóbrega, a Polícia Federal está investigando o roubo. O desvio pode
ter acontecido em alguns dos pontos pelos quais o medicamento
passa.
O roubo só foi descoberto em
maio, após a Secretaria da Saúde
do Rio Grande do Sul ter comunicado o ministério que havia comprado esses medicamentos de
uma distribuidora de Minas.
Quando os produtos chegaram,
a secretaria verificou que as embalagens estavam adulteradas. Os selos com as inscrições "Ceme" e
"Ministério da Saúde-Venda
Proibida" haviam sido raspados.
Os lotes eram os mesmos adquiridos pelo ministério.
A Vigilância Sanitária incluiu
então esses lotes na lista de falsificados, tendo na coluna referente à
identificação do produto os seguintes dizeres: "embalagem externa raspada Ceme".
"O medicamento saquinavir foi
mencionado equivocadamente na
relação divulgada pelo Ministério
da Saúde. O lote foi destinado por
nossa empresa, por venda direta,
exclusivamente ao Ministério da
Saúde", diz nota da Roche.
A empresa diz que realizou testes em amostras de produtos roubados e o resultado mostrou que o
conteúdo das embalagens era verdadeiro, ou seja, os remédios continham o princípio ativo.
"O objetivo da lista foi fazer um
balanço de todos os produtos falsificados. Não houve erro na inclusão desses lotes, porque parte
foi falsificada", diz Nóbrega.
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