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MEDO
Soropositivos checam numeração de lotes
Suspeitas deixam pacientes em pânico
LUCIA MARTINS
da Reportagem Local
Além de forçar a Secretaria da
Saúde do Estado de São Paulo a
parar de distribuir dois remédios
anti-Aids, o pânico sobre a falsificação de remédios está gerando
um clima de desconfiança nos
doentes que começam a duvidar
da eficácia das drogas.
Ontem, no GIV, grupo de
apoio aos portadores do HIV,
soropositivos discutiam e checavam os números dos lotes dos
remédios que usam. Dois lotes
do 3TC e um do saquinavir constam de uma lista de drogas falsas
divulgada pela Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária.
O Ministério da Saúde afirma
que apenas parte desse lote
-que foi roubado- foi adulterado. A parte que veio para São
Paulo estaria boa e apenas teria
sido distribuída na Grande SP.
A Folha apurou que o lote está
sendo distribuído também pelo
Hospital Emílio Ribas, o principal centro de tratamento de São
Paulo. Ontem, o comerciante J.,
36, descobriu que recebeu, no
Emílio Ribas, saquinavir do lote
que teria problemas.
Seu frasco, no entanto, tem o
selo da Ceme que, diz o ministério, é a prova de que a droga é
legítima. Mesmo assim, J. diz
que vai trocar o seu remédio.
A mesma insegurança aflige a
jornalista Maria Beatriz Fugulin,
36. Ela desconfia que sua filha de
10 anos tomou um antiinflamatório falso (Cataflan) e isso fez
com que a gripe piorasse.
Ela conta que sua filha teve
uma inflamação na garganta e
começou a ter febres muito altas.
Depois de passar por um médico, a menina tomou um vidro de
Cataflan e não melhorou.
Foi quando ela decidiu levar a
filha ao médico de novo. "Ele
mudou o antiinflamatório, e ela
melhorou. Acho que ela estava
tomando um Cataflan falso."
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