São Paulo, sexta, 10 de julho de 1998

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EDUCAÇÃO
Nomeação do reitor José Henrique Vilhena, empossado pelo MEC, é causa da viagem de 5 diretores-chefe
Diretores da UFRJ farão protesto em Brasília

free-lance para a Folha

Cinco dos seis decanos da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) viajarão na próxima semana a Brasília para protestar contra a nomeação do reitor José Henrique Vilhena, empossado anteontem pelo ministro da Educação, Paulo Renato de Souza.
O decano (diretor-chefe) do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, Marco Antônio Faria, disse que os decanos tentarão marcar uma entrevista com o ministro, mas não há garantias de que serão recebidos.
O único ausente será o diretor-chefe do Centro de Filosofia e Ciências Sociais, Carlos Alberto Messeder Pereira, aliado de Vilhena, por pertencer ao mesmo departamento. Vilhena é professor de História.
Em reunião presidida ontem pelo decano do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas, Carlos Lessa, foi apresentado um documento enviado ao ministro Paulo Renato, no início de junho.
No documento, os professores davam apoio incondicional à eleição do professor Aloísio Teixeira, do Instituto de Economia Industrial.
Na pesquisa entre professores, funcionários e estudantes para a escolha do novo reitor, Teixeira ficou em primeiro lugar, e Vilhena, em terceiro.
No colégio eleitoral, Teixeira venceu a disputa com 62 votos, contra 31 de Vilhena.
A ADUFRJ (Associação dos Docentes da UFRJ) afirma que "a intervenção é uma tentativa do governo de controlar a universidade e as suas atividades de pesquisa e ensino."
Manifestações
Os funcionários da UFRJ decidiram ontem manter por tempo indeterminado a greve iniciada anteontem em protesto pela nomeação de Vilhena.
Cerca de 500 funcionários e estudantes ocupam desde quarta-feira o prédio da reitoria, na ilha do Fundão (zona norte do Rio), e outras 100 pessoas ocupam o Fórum de Ciência e Cultura da UFRJ, na Praia Vermelha (Urca, zona sul).
Os manifestantes pretendem impedir que o novo reitor assuma o cargo. O diretor do Sindicato dos Trabalhadores da UFRJ, Lenin Pires, disse que a manifestação só será encerrada se Vilhena renunciar ou se o MEC revogar a nomeação.
Também afirmou que serão feitas avaliações diárias e que hoje haverá protesto com carro de som por toda a universidade.
Pires afirmou que a adesão ao movimento já chega a 80% do funcionários.
Na segunda-feira, os membros do Conselho Universitário se reunirão para discutir sobre a manutenção da greve.
Na terça-feira, será a vez dos professores, que farão assembléia para definir sua linha de ação.



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