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EDUCAÇÃO
Nomeação do reitor José Henrique Vilhena, empossado pelo MEC, é causa da viagem de 5 diretores-chefe
Diretores da UFRJ farão protesto em Brasília
free-lance para a Folha
Cinco dos seis decanos da UFRJ
(Universidade Federal do Rio de
Janeiro) viajarão na próxima semana a Brasília para protestar
contra a nomeação do reitor José
Henrique Vilhena, empossado anteontem pelo ministro da Educação, Paulo Renato de Souza.
O decano (diretor-chefe) do
Centro de Ciências Matemáticas e
da Natureza, Marco Antônio Faria, disse que os decanos tentarão
marcar uma entrevista com o ministro, mas não há garantias de
que serão recebidos.
O único ausente será o diretor-chefe do Centro de Filosofia e
Ciências Sociais, Carlos Alberto
Messeder Pereira, aliado de Vilhena, por pertencer ao mesmo departamento. Vilhena é professor
de História.
Em reunião presidida ontem pelo decano do Centro de Ciências
Jurídicas e Econômicas, Carlos
Lessa, foi apresentado um documento enviado ao ministro Paulo
Renato, no início de junho.
No documento, os professores
davam apoio incondicional à eleição do professor Aloísio Teixeira,
do Instituto de Economia Industrial.
Na pesquisa entre professores,
funcionários e estudantes para a
escolha do novo reitor, Teixeira ficou em primeiro lugar, e Vilhena,
em terceiro.
No colégio eleitoral, Teixeira
venceu a disputa com 62 votos,
contra 31 de Vilhena.
A ADUFRJ (Associação dos Docentes da UFRJ) afirma que "a intervenção é uma tentativa do governo de controlar a universidade
e as suas atividades de pesquisa e
ensino."
Manifestações
Os funcionários da UFRJ decidiram ontem manter por tempo indeterminado a greve iniciada anteontem em protesto pela nomeação de Vilhena.
Cerca de 500 funcionários e estudantes ocupam desde quarta-feira
o prédio da reitoria, na ilha do
Fundão (zona norte do Rio), e outras 100 pessoas ocupam o Fórum
de Ciência e Cultura da UFRJ, na
Praia Vermelha (Urca, zona sul).
Os manifestantes pretendem impedir que o novo reitor assuma o
cargo. O diretor do Sindicato dos
Trabalhadores da UFRJ, Lenin Pires, disse que a manifestação só será encerrada se Vilhena renunciar
ou se o MEC revogar a nomeação.
Também afirmou que serão feitas avaliações diárias e que hoje
haverá protesto com carro de som
por toda a universidade.
Pires afirmou que a adesão ao
movimento já chega a 80% do funcionários.
Na segunda-feira, os membros
do Conselho Universitário se reunirão para discutir sobre a manutenção da greve.
Na terça-feira, será a vez dos
professores, que farão assembléia
para definir sua linha de ação.
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