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SOLO MOVEDIÇO
Pais têm medo, mas prefeitura nega risco
Rachadura e vazamento ameaçam escola inaugurada há 17 meses
DA REPORTAGEM LOCAL
Dezessete meses depois de
inaugurado, o prédio da Escola
Municipal Professora Daisy Amadio Fujiwara, no Jardim Arpoador (zona oeste de SP), apresenta
rachaduras e vazamentos.
As fissuras assustaram pais de
alunos. Temendo que o prédio
desmorone, alguns transferiram
os filhos. Outros os impedem de
utilizar parte das dependências.
"As rachaduras apareceram em
maio, depois de invasores terem
construído uma favela no morro
no terreno de baixo", afirma Ademir José Morais Mata, diretor do
Edif, o departamento de edificações da prefeitura paulistana.
Segundo ele, o barranco teria
"escorregado" e desestabilizado o
solo. "Mas não há risco de o prédio cair", explica Mata.
Alunos e seus pais, no entanto,
ainda desconfiam. "Tenho muito
medo. Há rachaduras em vários
pontos e, quando chove, pinga
dentro da sala", diz Natiele dos
Santos, 11, que estuda com outros
900 alunos do colégio.
A dona-de-casa Maria Eunice
Silva, que tem dois filhos no colégio, mora no terreno invadido
que a prefeitura culpa pelo problema. Conta que várias casas já
caíram depois de fortes chuvas.
"Meu barraco vai agüentar mais
que a escola. É que fizemos uma
boa fundação", afirma.
O subprefeito do Butantã, Carlos Alberto da Silva Vieira, diz que
já intimou os proprietários de 30
barracos instalados na região.
"Já fizemos algumas remoções,
mas muitos voltam. A nossa intenção é tirá-los para que possamos fazer as obras e garantir a segurança da escola e dos alunos."
Os técnicos da prefeitura negam
a possibilidade de ter havido um
erro no projeto de construção.
Sobre as infiltrações no terceiro
andar do colégio, o diretor do Edif
diz que houve um problema na
caixa d'água. Segundo Ademir José Morais Mata, a calha já foi desobstruída e não há mais goteiras.
A diretora da escola, Eliana Lopes, já se reuniu com pais de alunos para explicar que não há risco
de desabamento. "Mas alguns
não entenderam", confirma.
Enquanto a prefeitura faz estudos para reformar o prédio, a
quadra esportiva permanece interditada. E os alunos, com medo.
(FABIO SCHIVARTCHE)
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