São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2004

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SOLO MOVEDIÇO

Pais têm medo, mas prefeitura nega risco

Rachadura e vazamento ameaçam escola inaugurada há 17 meses

DA REPORTAGEM LOCAL

Dezessete meses depois de inaugurado, o prédio da Escola Municipal Professora Daisy Amadio Fujiwara, no Jardim Arpoador (zona oeste de SP), apresenta rachaduras e vazamentos.
As fissuras assustaram pais de alunos. Temendo que o prédio desmorone, alguns transferiram os filhos. Outros os impedem de utilizar parte das dependências.
"As rachaduras apareceram em maio, depois de invasores terem construído uma favela no morro no terreno de baixo", afirma Ademir José Morais Mata, diretor do Edif, o departamento de edificações da prefeitura paulistana.
Segundo ele, o barranco teria "escorregado" e desestabilizado o solo. "Mas não há risco de o prédio cair", explica Mata.
Alunos e seus pais, no entanto, ainda desconfiam. "Tenho muito medo. Há rachaduras em vários pontos e, quando chove, pinga dentro da sala", diz Natiele dos Santos, 11, que estuda com outros 900 alunos do colégio.
A dona-de-casa Maria Eunice Silva, que tem dois filhos no colégio, mora no terreno invadido que a prefeitura culpa pelo problema. Conta que várias casas já caíram depois de fortes chuvas. "Meu barraco vai agüentar mais que a escola. É que fizemos uma boa fundação", afirma.
O subprefeito do Butantã, Carlos Alberto da Silva Vieira, diz que já intimou os proprietários de 30 barracos instalados na região.
"Já fizemos algumas remoções, mas muitos voltam. A nossa intenção é tirá-los para que possamos fazer as obras e garantir a segurança da escola e dos alunos."
Os técnicos da prefeitura negam a possibilidade de ter havido um erro no projeto de construção.
Sobre as infiltrações no terceiro andar do colégio, o diretor do Edif diz que houve um problema na caixa d'água. Segundo Ademir José Morais Mata, a calha já foi desobstruída e não há mais goteiras.
A diretora da escola, Eliana Lopes, já se reuniu com pais de alunos para explicar que não há risco de desabamento. "Mas alguns não entenderam", confirma.
Enquanto a prefeitura faz estudos para reformar o prédio, a quadra esportiva permanece interditada. E os alunos, com medo. (FABIO SCHIVARTCHE)


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