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Previsão é alterada e buraco do Metrô interdita rua até 3ª
Consórcio que realiza a obra havia afirmado inicialmente que bloqueio na rua dos Pinheiros duraria apenas 48 horas
Engenheiro do consórcio disse que solo no local é "podre", por ser composto "praticamente de areia pura" e ter muitas galerias
FÁBIO TAKAHASHI
DA REPORTAGEM LOCAL
WILLIAN VIEIRA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Diferentemente da previsão
inicial do consórcio responsável pelas obras da linha 4-amarela do metrô de São Paulo, parte da rua dos Pinheiros (zona
oeste) ficará interditada até a
próxima terça-feira, devido ao
surgimento anteontem de um
buraco no local.
No dia do acidente, a previsão era que a interdição -feita
entre as ruas Mateus Grou e
Mourato Coelho- durasse dois
dias. Na manhã de ontem, a estimativa subiu para dez dias.
Depois, caiu para cinco.
O buraco tinha 1,5 metro de
diâmetro no seu topo, três metros na base e dois de profundidade. Ele foi tapado ontem com
cimento. Não houve feridos no
acidente, mas ao menos uma
casa foi afetada.
Segundo o consórcio, o prazo
para liberação subiu de dois para cinco dias para que haja "melhor estabilidade ao solo".
Engenheiro da Via Amarela,
Carlos Henrique Maia chegou a
afirmar que o terreno no local
"é podre", por ser composto
"praticamente de areia pura" e
haver muitas galerias, redes de
esgoto e ondulações.
A Via Amarela é composta
por algumas das maiores empreiteiras do país -OAS, CBPO
(ligada à Odebrecht), Queiroz
Galvão, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez. A linha 4 está
orçada em R$ 2,1 bilhões.
O consórcio, a Defesa Civil e a
Subprefeitura de Pinheiros
afirmaram que não foi necessário interditar nenhum imóvel.
As mudanças de posição do
consórcio começaram na terça,
quando a rua havia sido fechada devido a um pequeno afundamento da rua. No dia seguinte, a via foi liberada às 14h, após
obras preventivas. Às 16h45,
porém, o asfalto cedeu.
A CET afirmou que a rua voltou a ser interditada às 15h50
-antes de o asfalto ceder. Testemunhas dizem, porém, que
ainda havia tráfego no local
quando o buraco começou a
surgir. Os pedidos de interdição e liberação da rua são feitos
pelo consórcio -que não quis
informar qual é a pessoa responsável pela decisão.
Tanto o consórcio quanto o
Metrô (responsável pela fiscalização da obra) negam que tenha havido falha. As instituições afirmam que foram tomadas todas as medidas de segurança e que é praticamente impossível evitar um acidente como esse, principalmente devido ao solo instável na região.
Questionado se foi precipitada a liberação da rua, o governador de São Paulo, José Serra
(PSDB), disse: "Isso, o Metrô
pode dar melhores explicações.
A avaliação é que é um problema superado, mas a diretoria
do Metrô está tratando diretamente do assunto". Sobre o buraco, disse: "Não. Nada é normal. Não considero normal".
Segundo o consórcio, o buraco surgiu quando a máquina
que perfura os túneis da linha
(chamada de shield ou "tatuzão") encontrou um bolsão de
ar no solo. Como o material daquele local é considerado instável (formado por areia, argila e
silte), o terreno cedeu, abrindo
o buraco na superfície.
O diretor de contratos da Via
Amarela, Marcio Pellegrini,
afirmou ontem que o consórcio
foi "pego de surpresa", referindo-se aos ocos no solo, apesar
de terem sido feitas prospecções [buscas por bolhas de ar].
Pellerini disse que "às vezes
dá, às vezes não dá" para evitar
esse deslocamento de terra.
Ontem, uma comissão com
representantes do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), Ministério Público Estadual e Delegacia Regional do
Trabalho visitaram o local.
Colaboraram AFRA BALAZINA, da Reportagem
Local, e o "Agora"
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