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Mortalidade infantil atinge seu menor nível
Índice no Estado de São Paulo chegou a 13,3 mortes por mil nascidos vivos em 2006, mas está longe do de países como a Dinamarca
Queda é creditada, entre outros motivos, a melhorias no saneamento básico e na assistência às gestantes
e recém-nascidos
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
O Estado de São Paulo atingiu em 2006 seu menor índice
de mortalidade infantil: 13,3
mortes por mil nascidos vivos.
Apesar da redução de 46% em
relação à taxa de 1995, o índice
paulista ainda está longe do de
países como Canadá, Portugal e
Dinamarca -respectivamente
5, 4 e 3 óbitos por nascidos vivos em 2003, segundo a Organização das Nações Unidas.
A estatística de São Paulo
também pouco evoluiu em relação ao ano anterior, quando
houve 13,4 óbitos por mil nascidos vivos. Os dados, elaborados
pela Fundação Seade, foram
anunciados ontem pelo governo estadual.
Segundo o Ministério da Saúde, o índice de mortalidade infantil em 2005 foi de 21,1 no
Brasil. As informações relativas
ao ano passado ainda não estão
disponíveis.
Investimentos em saneamento básico, melhoria da assistência às gestantes e aos recém-nascidos, vacinação em
massa pelo Sistema Único de
Saúde e expansão do Programa
de Saúde da Família, em que
agentes fazem visitas às casas
das pessoas mais carentes, são
apontados como fatores para a
redução das mortes no Estado.
"Estamos nos aproximando
de países desenvolvidos da Europa e vamos prosseguir nesse
trabalho, que é de poupar vidas
e ter mais saúde para nossas
crianças", disse o governador
José Serra (PSDB) ontem.
A meta do governo, segundo
Serra, é reduzir o índice para
menos de 10 óbitos por mil
crianças nascidas vivas. "A meta é ambiciosa sempre. Quando
cair para menos de 10, será cair
para menos de 9, de 8. Já há
municípios na região de Campinas, por exemplo, que têm
entre 6 e 7, já estão com índices
parecidos aos da Europa."
A reportagem questionou a
Secretaria da Saúde sobre qual
é o prazo estipulado para reduzir a menos de dois dígitos esse
índice, mas não houve resposta
até o fechamento desta edição.
Regiões
Ao analisar as regiões do Estado, Campinas obteve o melhor resultado, com índice de
10,2. Na seqüência, ficaram as
regiões de Assis (10,7), Franca e
Registro (ambas com 11,2).
As regiões com maior índice
de mortalidade infantil são
Santos (17,7), Taubaté (17,4) e
Franco da Rocha (16,4).
Segundo o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, as regiões que ficaram
abaixo da média do Estado
"merecem atenção especial por
parte do governo estadual e das
prefeituras". Ele citou que, na
Baixada Santista, será aberta
uma maternidade e uma UTI
neonatal em Itanhaém.
De acordo com Barata, a região da Baixada Santista é a
pior no índice em razão da falta
de leitos de UTI e atendimento
materno-infantil. "[O dado]
mostra a necessidade de investir mais", afirmou.
De 2002 a 2006, de 24 DIRs
(Direções Regionais de Saúde)
analisadas no Estado, quatro tiveram aumento no número de
mortes: Araçatuba, Araraquara, Botucatu e Taubaté. Ribeirão Preto manteve o mesmo índice (11,7) e as demais DIRs tiveram redução na taxa.
A diarréia e a pneumonia deixaram o posto de principais
causas da mortalidade infantil.
"Hoje em dia, 70% das crianças
que morrem com menos de um
ano de vida morrem por um
problema que adquiriram durante a gravidez ou por um problema congênito, familiar. O
que a gente tem que fazer é tratar da saúde da mamãe e do bebê nesse período, desde que a
mulher engravida até o primeiro ano do bebê."
No ano passado, das 8.025
mortes registradas no Estado,
mais da metade (4.482) foram
perinatais. Outras 1.677 ocorreram por malformações congênitas. Problemas no aparelho
respiratório provocaram 491
mortes e doenças infecciosas e
parasitárias, 382.
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