São Paulo, sexta-feira, 10 de agosto de 2007

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Mortalidade infantil atinge seu menor nível

Índice no Estado de São Paulo chegou a 13,3 mortes por mil nascidos vivos em 2006, mas está longe do de países como a Dinamarca

Queda é creditada, entre outros motivos, a melhorias no saneamento básico e na assistência às gestantes e recém-nascidos

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

O Estado de São Paulo atingiu em 2006 seu menor índice de mortalidade infantil: 13,3 mortes por mil nascidos vivos. Apesar da redução de 46% em relação à taxa de 1995, o índice paulista ainda está longe do de países como Canadá, Portugal e Dinamarca -respectivamente 5, 4 e 3 óbitos por nascidos vivos em 2003, segundo a Organização das Nações Unidas.
A estatística de São Paulo também pouco evoluiu em relação ao ano anterior, quando houve 13,4 óbitos por mil nascidos vivos. Os dados, elaborados pela Fundação Seade, foram anunciados ontem pelo governo estadual.
Segundo o Ministério da Saúde, o índice de mortalidade infantil em 2005 foi de 21,1 no Brasil. As informações relativas ao ano passado ainda não estão disponíveis.
Investimentos em saneamento básico, melhoria da assistência às gestantes e aos recém-nascidos, vacinação em massa pelo Sistema Único de Saúde e expansão do Programa de Saúde da Família, em que agentes fazem visitas às casas das pessoas mais carentes, são apontados como fatores para a redução das mortes no Estado.
"Estamos nos aproximando de países desenvolvidos da Europa e vamos prosseguir nesse trabalho, que é de poupar vidas e ter mais saúde para nossas crianças", disse o governador José Serra (PSDB) ontem.
A meta do governo, segundo Serra, é reduzir o índice para menos de 10 óbitos por mil crianças nascidas vivas. "A meta é ambiciosa sempre. Quando cair para menos de 10, será cair para menos de 9, de 8. Já há municípios na região de Campinas, por exemplo, que têm entre 6 e 7, já estão com índices parecidos aos da Europa."
A reportagem questionou a Secretaria da Saúde sobre qual é o prazo estipulado para reduzir a menos de dois dígitos esse índice, mas não houve resposta até o fechamento desta edição.

Regiões
Ao analisar as regiões do Estado, Campinas obteve o melhor resultado, com índice de 10,2. Na seqüência, ficaram as regiões de Assis (10,7), Franca e Registro (ambas com 11,2).
As regiões com maior índice de mortalidade infantil são Santos (17,7), Taubaté (17,4) e Franco da Rocha (16,4).
Segundo o secretário da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata, as regiões que ficaram abaixo da média do Estado "merecem atenção especial por parte do governo estadual e das prefeituras". Ele citou que, na Baixada Santista, será aberta uma maternidade e uma UTI neonatal em Itanhaém.
De acordo com Barata, a região da Baixada Santista é a pior no índice em razão da falta de leitos de UTI e atendimento materno-infantil. "[O dado] mostra a necessidade de investir mais", afirmou.
De 2002 a 2006, de 24 DIRs (Direções Regionais de Saúde) analisadas no Estado, quatro tiveram aumento no número de mortes: Araçatuba, Araraquara, Botucatu e Taubaté. Ribeirão Preto manteve o mesmo índice (11,7) e as demais DIRs tiveram redução na taxa.
A diarréia e a pneumonia deixaram o posto de principais causas da mortalidade infantil. "Hoje em dia, 70% das crianças que morrem com menos de um ano de vida morrem por um problema que adquiriram durante a gravidez ou por um problema congênito, familiar. O que a gente tem que fazer é tratar da saúde da mamãe e do bebê nesse período, desde que a mulher engravida até o primeiro ano do bebê."
No ano passado, das 8.025 mortes registradas no Estado, mais da metade (4.482) foram perinatais. Outras 1.677 ocorreram por malformações congênitas. Problemas no aparelho respiratório provocaram 491 mortes e doenças infecciosas e parasitárias, 382.


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