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Presidente da Fapesp substituirá Pinotti
Ex-vice-reitor da Unicamp, Carlos Vogt assumirá a Secretaria de Ensino Superior, que abriga as 3 universidades paulistas
Três meses após a invasão da reitoria da USP,
José Aristodemo Pinotti apresentou carta de demissão ao governador
DA REPORTAGEM LOCAL
Atual presidente da Fapesp
(Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo),
o professor Carlos Vogt será o
novo secretário de Ensino Superior do Estado. Três meses
depois da invasão da reitoria da
USP (Universidade de São Paulo), o secretário José Aristodemo Pinotti apresentou ontem
ao governador José Serra
(PSDB) pedido de demissão.
Embora tenha atribuído a
decisão a "motivos pessoais",
Pinotti teve sua permanência
ameaçada durante a invasão da
reitoria, que durou 50 dias.
Para integrantes do governo,
ele perdeu autoridade quando
o secretário Luiz Antonio Marrey (Justiça) assumiu a negociação com os alunos. Em junho, ao saber da pressão para a
sua saída, Pinotti repetiu que,
superada a crise, deixaria o cargo. Mas, segundo aliados, tinha
expectativa de ficar.
Pinotti se queixava ainda da
falta de estrutura e de recursos
e insistia para uma conversa
com Serra, que, porém, evitava
o encontro. Desgastado, pediu
demissão anteontem em conversa com o governador e com
o secretário Aloysio Nunes Ferreira (Casa Civil). Pouco entusiasmado com o desempenho
do secretário, Serra aceitou.
Sem espaço na equipe de Gilberto Kassab, Pinotti voltará
para a Câmara dos Deputados.
Na carta apresentada ontem
a Serra, Pinotti defendeu a criação da secretaria, alvo de ataques dos professores universitários. Em breve resposta, o governador elogiou a lealdade de
Pinotti "no tratamento das
principais questões que envolveram seu funcionamento".
Vogt foi vice-reitor da Unicamp quando o reitor era o ex-ministro Paulo Renato Souza.
Ele preside o Cendotec (Centro
Franco-Brasileiro de Documentação Técnica e Científica)
e coordena o Labjor (Laboratório de Estudos Avançados em
Jornalismo), da Unicamp.
A Secretaria de Ensino Superior, que abriga USP, Unesp e
Unicamp, foi criada por decreto por Serra. Anteriormente, as
universidades ficavam na Secretaria de Ciência e Tecnologia, junto com Fapesp e Fatecs
(Faculdades de Tecnologia).
A medida sofreu críticas de
parte da academia e foi uma das
bases dos protestos dos invasores da reitoria da USP.
Esses setores entendiam que
o governo havia desarticulado o
ensino superior (a Fapesp é
uma das maiores fontes de financiamento de pesquisa) e
que poderia haver interferência na gestão das universidades.
O governo dizia que a pasta fora
criada para valorizar as escolas
e que não haveria ingerências.
Durante a crise na USP, o governador publicou um "decreto
declaratório" para esclarecer
algumas medidas tomadas para
o setor. Um dos artigos dizia
que as atribuições do secretário
de Ensino Superior não eram
aplicáveis às universidades -o
que foi interpretado como um
esvaziamento da secretaria.
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