São Paulo, domingo, 10 de agosto de 2008

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Pai reconhece filho e impede que sua história se repita

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Menos de três meses se passaram desde que Robervaldo da Silva, 33, deu o sobrenome ao filho Lucas, 8, e evitou a repetição de sua história por mais uma geração. Filho de pai não declarado, Robervaldo voltou para o Piauí logo depois de a mãe de Lucas engravidar. Perderam o contato por anos. "Ele não tinha o Silva no nome e ficou feliz. Ser filho de pai não declarado chateia muito."
Moradora de uma cidade-satélite de Brasília, Eliete Cavalcante de Oliveira, 33, ainda hesitou quando ouviu as notícias de um mutirão para reconhecimento de paternidade de alunos do Distrito Federal. "Vi um monte de crianças", disse. Ainda assim, convenceu as três irmãs -Elisete, Elisa e Elaine- a levar o pai, de 88 anos, a reconhecer a paternidade. Agora, seu problema é escolher entre os dois sobrenomes herdados da mãe e os dois novos ganhos do pai: Lira da Silva. Eliete acha que vai deixar o Silva de lado.
"Nada sobre meu pai" é o nome do documentário preparado pela cineasta Susanna Lira, de 37 anos. Apesar de não ser uma autobiografia, ela se identifica com a história dos personagens do filme. Susanna só sabe que nasceu de um namoro de quatro meses da mãe com um equatoriano na época do regime militar. Não há pistas do destino nem da a identidade do pai.
"Não me vitimizo, mas a ausência do pai é um vazio que não é preenchido, é parte do significado da existência que você não consegue entender", diz.


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