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Prefeitura estuda contratar auditoria externa para OS
Município pede orçamento para supervisão de hospitais terceirizados
Folha teve acesso a
proposta encomendada
a fundação privada;
oficialmente, prefeitura
nega esse projeto
RICARDO WESTIN
DE SÃO PAULO
A Prefeitura de São Paulo
estuda a contratação de uma
empresa para auditar as
prestações de contas das OSs
(organizações sociais privadas) que recebem verba pública para dirigir hospitais e
postos de saúde municipais.
A Folha teve acesso à proposta de auditoria feita neste
ano, a pedido da Secretaria
Municipal da Saúde, pela
fundação privada Fipecafi.
Oficialmente, a secretaria
nega o plano de implantar a
auditoria, mas não contesta a
informação de que encomendou o orçamento à Fipecafi.
A decisão de buscar uma
fiscalização externa tem origem na dificuldade enfrentada pelos auditores municipais para verificar se as OSs
estão aplicando os recursos
públicos adequadamente.
Num relatório recente, o
Tribunal de Contas do Município descreveu os auditores
como "escasso quadro técnico" e de trabalho "falho e ineficiente". A prefeitura não diz
quantos são na equipe.
No ano passado, as OSs receberam cerca de R$ 1,4 bilhão para gerenciar UBSs
(postos de consulta), AMAs
(postos de pronto-atendimento), hospitais, laboratórios de exames e equipes do
Programa Saúde da Família.
O orçamento total da secretaria foi de R$ 5,3 bilhões.
As auditorias também são
dificultadas pelo fato de as
OSs enviarem suas contas
em folhas de papel. A empresa que for contratada terá de
informatizar o sistema.
ULTRASSOM E RAIO-X
Em abril, um grupo de vereadores vistoriou o hospital
municipal São Luiz Gonzaga,
no Jaçanã (zona norte), e descobriu que a OS Irmandade
da Santa Casa de São Paulo
não vinha realizando ultrassons e raios-X no hospital,
apesar de receber para isso
R$ 1 milhão por ano.
"As OSs fazem o que querem", diz a vereadora Juliana
Cardoso (PT), da Comissão
de Saúde da Câmara.
Segundo a Irmandade
Santa Casa, o hospital do Jaçanã não tem feito todos os
exames por falta de pacientes que precisem deles.
A Secretaria da Saúde afirma que tem bom controle sobre as parcerias. "Todos os
contratos são acompanhados com rigor. Uma equipe
acompanha e analisa os resultados de acordo com as
metas estipuladas."
E acrescenta: "A cada três
meses, a Comissão Técnica
de Acompanhamento avalia
a produção, a qualidade e as
informações em geral sobre
os serviços [unidades de saúde]. São observados aspectos
financeiros da atuação da
instituição parceira [OS]."
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