|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Promotor questiona procedimento
DA REPORTAGEM LOCAL
O promotor Túlio Tadeu Tavares afirmou ontem que a prefeitura adotou um procedimento ilegal na fase anterior da licitação da
coleta do lixo ao convidar a apresentar descontos em seus preços
somente dois dos três grupos classificados tecnicamente.
Tavares, em nota à imprensa,
diz que houve ilícito civil -"improbidade administrativa por
ofensa aos princípios de isonomia
e impessoalidade"- e penal
-por frustar a competição.
Na ocasião, a gestão Marta Suplicy (PT) convidou os consórcios
da Vega e da Queiroz Galvão para
dar descontos em suas ofertas iniciais. Em seguida, eles seriam declarados vencedores por terem os
menores preços. A Qualix, mesmo habilitada tecnicamente, foi
excluída do mesmo convite.
O resultado acabou anulado,
mas a prefeitura poderá responder na Justiça por esses atos.
Tavares, do Ministério Público
Estadual, investiga a licitação da
coleta do lixo e já havia recomendado ao secretário de Serviços e
Obras da gestão Marta, Osvaldo
Misso, a anulação da concorrência por conta da condenação das
empresas Cavo e Vega -integrantes do consórcio São Paulo
Limpeza- por improbidade administrativa em 1999.
No final de julho, Misso, em entrevista à Folha, declarou: "Eu
gostaria até de revogar [a licitação], se você quiser saber, para
preservar minha integridade. Mas
não posso fazer isso. Não tenho
alternativa". Ontem a secretaria
não quis se manifestar sobre as
declarações do promotor.
Ontem, um advogado da OAB-SP (Ordem dos Advogados do
Brasil) entrou com representação
no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), ligado
ao Ministério da Justiça, e na Secretaria de Direito Econômico pedindo a suspensão da licitação.
Relatório concluído no dia 30 de
agosto por uma comissão da
OAB-SP apontou haver indícios
de restrição à concorrência.
Texto Anterior: Em nova licitação do lixo, preço só cai 1,4% Próximo Texto: Barbara Gancia: Bem-vindo à era do impensável Índice
|