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MASSACRE NO CENTRO
Saulo de Castro diz que caso será esclarecido antes de a morte de moradores de rua completar um
mês
Secretário promete solução em uma semana
SÍLVIA CORRÊA
DA REPORTAGEM LOCAL
O secretário da Segurança Pública de São Paulo, Saulo de Castro Abreu Filho, afirmou ontem,
em duas entrevistas coletivas, que
as ações criminosas que levaram à
morte seis moradores de rua não
completarão um mês sem solução. "De 30 dias [a investigação]
não passará. E não passará mesmo. Em 30 dias nós vamos resolver esta questão", disse ele.
Questionado sobre a existência
de provas acerca da identidade
dos autores dos crimes, ele continuou: "Mais uns diazinhos e a
gente resolve. Está perto, claro. Se
eu estou falando em uma semana
é porque está perto".
O caso corre em segredo de Justiça. As primeiras mortes completaram ontem 21 dias. Se a promessa do secretário se concretizar, os
autores dos crimes devem ser
apresentados à imprensa até sábado da semana que vem.
As últimas declarações de
Abreu Filho sobre o assunto foram dadas após um almoço no
DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), onde
os ataques estão sendo apurados.
No meio da tarde, o otimismo
foi corroborado pelo promotor
que acompanha o caso, Carlos
Roberto Marangoni Talarico.
Cético e discreto ao longo das
investigações, Talarico disse ontem, pela primeira vez, ter "uma
informação importante e uma
boa pista a seguir", que definiu
como "mais do que um indício".
A Folha apurou que o elemento
mais forte dessa convicção surgiu
de um relato ouvido na quarta.
Desde a instauração do inquérito, os investigadores trabalham
com informações que indicam
que os executores dos crimes usavam uniformes, e a polícia já declarou que a linha mais avançada
de investigação aponta para a participação de guardas-civis.
Ontem, mais uma vez, a tese
veio à tona. Ao mesmo tempo que
disse que o caso caminha para um
desfecho, o secretário da Segurança voltou a afirmar que a polícia
tem indícios contra os guardas.
"A polícia foi curiosa [ao pedir
as fotos dos guardas à prefeitura]?
Claro que não. Pediu porque tem
indícios", disse Abreu Filho. As
fotos foram apresentadas a todas
as testemunhas do caso ouvidas
desde a semana passada.
A Guarda Civil Metropolitana é
ligada à Prefeitura de São Paulo,
comandada pelo PT, principal rival do PSDB de Abreu Filho na cidade. Os petistas afirmam que a
polícia está induzindo depoimentos para direcionar a investigação.
O Estado contra-ataca, dizendo
que a prefeitura não colaborou,
atrasando o envio das fotos dos
guardas e tentando desacreditar o
DHPP. "Houve falta de colaboração da prefeita, que é a dona da
guarda", disse Abreu Filho.
Também ontem deputados federais visitaram a Secretaria Municipal de Assistência Social e saíram satisfeitos com o que viram.
"Concluímos que as mortes foram uma fatalidade e não resultado de falta de política", disse o deputado Orlando Fantazzini (PT),
porta-voz da comissão, formada
também pelo PSDB, PFL e PTB.
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