|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POLÍTICAS PÚBLICAS
Ministério da Educação será o primeiro a usar programas gratuitos; economia deverá ser de R$ 5,5 mi por ano
MEC adota software livre em novembro
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O MEC (Ministério da Educação) começa a trocar, em novembro, os programas usados em
seus computadores por outros
que não exigem o pagamento de
licença de uso ao fabricante dos
softwares. A medida, quando estiver implementada, deverá gerar
uma economia anual de R$ 5,5
milhões.
O anúncio, feito ontem pelo ministro interino, Sérgio Haddad, dá
prosseguimento à intenção do governo de difundir nos órgãos públicos os softwares livres, que não
pagam direitos aos seus criadores.
O MEC será o primeiro a implementar a medida.
Hoje, o governo federal estima
que existam de 8.000 a 10 mil
computadores em uso nos órgãos
do Ministério da Educação. Em
média, a cada um ano e meio a
dois anos, os programas precisam
ser atualizados. A licença para isso custa aos cofres públicos R$
1.100 por máquina.
A tarefa não deve ser fácil. Para
Sérgio Amadeu da Silveira, diretor-presidente do ITI (Instituto
Nacional de Tecnologia da Informação), ligado à Presidência da
República, a implementação de
softwares livres será "uma guerra". O maior desafio, diz, será a
"adaptação cultural" do usuário
ao novo programa. Em seguida,
será a modificação de sistemas à
nova plataforma.
"É uma batalha cultural. Teremos que chegar ao usuário e dizer: "Desculpe. Nós vamos tirar o
Office [da Microsoft] e colocar o
OpenOffice [programa compatível com o sistema operacional Linux, criado por uma comunidade
internacional sem fins lucrativos]". Ele vai ser incomodado."
Segundo Silveira, o uso de softwares livres também irá baratear
a informatização das escolas. Hoje, há 115 mil escolas do ensino
médio e fundamental sem computador. Se cada uma recebesse
20 computadores, o custo seria de
US$ 230 milhões (R$ 667 milhões) só com softwares.
A Embrapa também lançou um
projeto experimental nessa área.
Na página www.agrolivre.gov.br,
disponibilizou o código-fonte
(conjunto de instruções executadas pelo computador) de alguns
programas. A idéia é que outras
pessoas colaborem com o desenvolvimento dos softwares.
(LUIS RENATO STRAUSS)
Texto Anterior: Acidente no Rio: 5.000 vão a velório de passageiros de ônibus Próximo Texto: Ministério estuda repasses para ensino médio a Estados do Nordeste Índice
|