São Paulo, segunda-feira, 10 de setembro de 2007

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Ar seco põe SP em estado de emergência

Fim de semana chegou a registrar mínima de 11% em Ermelino Matarazzo; clima deve permanecer ruim nesta semana

Situação também é preocupante em outras regiões; em MG, 50 cidades pediram a homologação de situação de emergência

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

A baixa umidade do ar deixou São Paulo em estado de atenção, de alerta e até de emergência durante o final de semana. E a situação deve continuar ruim, já que não há previsão de chuvas antes de sexta-feira.
Ontem, a umidade do ar mínima registrada em Ermelino Matarazzo (zona leste) foi de 15%. Para a OMS (Organização Mundial de Saúde), umidade do ar entre 12% e 20% significa estado de alerta.
Anteontem, Ermelino Matarazzo teve umidade de 11%, o que já é considerado estado de emergência e pode ser comparado a um clima de deserto.
Em estado de atenção, a OMS sugere evitar atividades físicas ao ar livre entre 11h e 15h. No estado de alerta, a sugestão é ampliada para o horário das 10h às 16h. Quando a umidade atinge estado de emergência, a OMS recomenda, então, interromper completamente qualquer atividade ao ar livre entre 10h e 16h, como aulas de educação física, coleta de lixo e entrega de correspondência.
"O clima está seco em toda a capital. Mas há uma variação dependendo do microclima do bairro. Ermelino Matarazzo, por exemplo, tem muito concreto e, por isso, a situação na região é pior", diz Jonathan Cologna, técnico em meteorologia do CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências).
Levando em conta os dados das subprefeituras, a média de umidade do ar em São Paulo foi de 24,3% ontem, o que é considerado estado de atenção.
A Secretaria Municipal de Educação informou que, nos períodos de tempo muito seco, os professores de educação física são orientados a dar exercícios mais leves para os alunos e a recomendar o consumo de muita água. A princípio, as aulas de educação física não são suspensas, mas podem ser, caso os níveis de umidade do ar atinjam níveis críticos.
Além de afetar a saúde da população, outra conseqüência do tempo seco é a maior propensão para a ocorrência de queimadas -que têm atingido desde margens de rodovias a importantes parques nacionais, como a Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, o mais visitado do Brasil.

País
Em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, o período também foi quente e seco. Foi o quarto dia seguido que a cidade registrou umidade relativa do ar abaixo de 20%. A umidade esteve abaixo dos 20% ontem das 12h até as 17h, com mínima de 18%, às 16h.
Em nove Estados, incluindo todos do Centro-Oeste, além do Distrito Federal, a Defesa Civil enviou alertas de baixa umidade do ar no fim de semana. Segundo o órgão, a umidade relativa do ar ficou por volta de 20% nessas regiões.
Em Minas Gerais, a falta de chuva fez 50 cidades pedirem a homologação de situação de emergência desde o começo do mês de julho.
Em Goiânia (GO), pesquisas feitas pela agência ambiental do Estado consideraram inadequada a qualidade do ar na cidade durante a semana passada. Além do período de estiagem, as queimadas na região e o fluxo de veículos contribuíram para o fenômeno.


Colaboraram a Folha Ribeirão e a Agência Folha


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