São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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1 em cada 4 carros da guarda civil está parado

São pelo menos 140 veículos que deixam de ser usados na ronda escolar e no combate ao comércio ilegal no centro de SP

Prefeitura diz que é normal ter parte dos veículos parados à espera de manutenção e diz que a intenção é terceirizar a frota


LUIS KAWAGUTI
DA REPORTAGEM LOCAL

Pelo menos um em cada quatro carros da frota da GCM (Guarda Civil Metropolitana) está parado em pátios em vários pontos da capital paulista. No total, segundo a própria gestão Gilberto Kassab (DEM), são 140 veículos, de uma frota total de 555, que deixam de ser usados para ajudar no patrulhamento de escolas, de prédios públicos e no combate ao comércio irregular.
A prefeitura admite que 120 desses 140 veículos, a maioria modelos Siena e Corsa, estão parados à espera de manutenção. Outros 20 carros, ainda segundo a prefeitura, ficam sem uso na Inspetoria da Sé para substituir veículos que possam ter algum tipo de avaria durante operações na região central.
A Folha esteve em pelo menos quatro locais usados pela GCM para guardar os veículos e constatou 85 deles parados. Na Inspetoria da Sé, a reportagem encontrou 23 carros -muitos empoeirados e com a aparência de estarem parados havia um bom tempo. São esses os veículos que a prefeitura chama de reserva técnica.
Em junho deste ano, a prefeitura assinou contrato para alugar 196 veículos ao custo de R$ 486.500,00 por mês. Na época da assinatura do contrato, a prefeitura informou que os novos veículos iriam reforçar a atual frota da GCM.
Edsom Ortega, coordenador de segurança urbana do município, nega que a GCM tenha carros abandonados ou parados por muito tempo. Segundo ele, é "normal" uma administração pública ter até 30% de sua frota à espera de conserto. Porém, ele diz que esse índice deve ser menor, por isso a intenção é terceirizar toda a frota justamente para evitar problemas como esses.
Assessores de Ortega, que acompanharam a Folha em uma visita aos pátios da GCM, disseram que "varia muito" o tempo que cada veículo fica parado à espera de conserto.

Gasto excessivo
Silvana Zioni, professora de planejamento urbano da Universidade Mackenzie, afirma que ter mais de 10% dos veículos parados pode representar um gasto excessivo.
Já o professor de logística da Universidade Metodista, Fulvio Cristofoli, diz que as empresas de aluguel de veículos aceitam, por exemplo, que apenas 5% de sua frota fique parada à espera de manutenção.
O sindicato dos guardas-civis diz que o número de veículos parados é maior: 159. Segundo Carlos Augusto Sousa, vice-presidente do sindicato da categoria, depois que a prefeitura decidiu começar a terceirizar a frota da GCM, muitos veículos próprios, mesmo em boas condições de uso, simplesmente deixaram de ajudar no patrulhamento -até mesmo por falta de pessoal.


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