São Paulo, quarta-feira, 10 de setembro de 2008

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2.500 pelados de 33 países "invadem" povoado da Paraíba para congresso

Leo Caldas/Titular
Adeptos do naturismo na praia de Tambaba; evento começou ontem

FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CONDE (PB)

Cerca de 2.500 homens e mulheres adeptos do naturismo vindos de 33 países "invadiram" ontem o povoado de Jacumã (30 km de João Pessoa). Eles são participantes do 31º Congresso Internacional de Naturismo, que começou ontem e acaba sábado, na praia de Tambaba, município de Conde, localizada a 10 km da vila. Lá, discutem estratégias de expansão do naturismo e eleições da federação internacional da prática.
Acostumados à discrição dos praticantes habituais, que se confinam em uma faixa de areia longe dos curiosos, os moradores de Jacumã se assustaram com os novos visitantes, que também gostam de ficar nus nas pousadas da área urbana.
"Para mim, ficar pelado no hotel já é uma pouca-vergonha", disse o pedreiro João dos Santos, 26. Os moradores também estão receosos com a "festa de Adão e Eva", que será realizada na sexta num restaurante. "Como será que vão chegar à cidade?", pergunta a comerciante Joelma Cavalcanti.
Na tentativa de contornar a situação, pousadas vedaram suas grades e partes abertas com plástico.
O presidente da Associação Naturista de Tambaba, Paulo Campos, reconheceu que a presença dos naturistas assustou, mas disse que "a situação é temporária" e que a "normalidade" voltará. A entrada no congresso é restrita a convidados e adeptos do naturismo. Na pista de acesso a Tambaba, há três barreiras, vigiadas por policiais militares e seguranças. Cem PMs tentam prevenir crimes e afastar curiosos. Grupos de vigilância florestal patrulham as matas próximas para evitar a entrada de invasores. Na última barreira, uma guia usando só chinelos e boné identifica as pessoas e convida quem ainda não está nu a tirar a roupa ali -a reportagem foi autorizada a permanecer vestida.
O movimento é intenso no local. Ninguém desvia o olhar para ver quem passou. Fotos ou filmagens só se autorizadas e gracejos são tratados como insulto coletivo.


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