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São Paulo, sexta-feira, 10 de outubro de 2003

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Delegado especial é designado para o caso

DA AGÊNCIA FOLHA

Logo que foi informado do crime em Santo Antônio de Jesus, o secretário da Segurança Pública da Bahia, general Édson Sá Rocha, anunciou a nomeação de um delegado especial para investigar as causas do assassinato do mecânico Gérson Jesus Bispo.
"Vamos realizar uma investigação rigorosa", disse o general. Para apurar "toda a verdade", Rocha convidou também representantes do Ministério Público, da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa e de ONGs ligadas aos direitos humanos, além de familiares da vítima. "Investigadores que não trabalham na área do município também serão escalados para desvendar o caso."
Segundo o secretário, por enquanto, "não existe nenhuma relação entre os grupos de extermínio e o assassinato do mecânico". "Nossa investigação preliminar revela que o crime foi motivado por vingança."
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa da Bahia, Yulo Oiticica (PT), 39, disse que vai encaminhar ao secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, um pedido de intervenção federal na Bahia. "Não podemos aceitar que testemunhas de crimes continuem sendo executadas." Segundo o deputado, se a intervenção na Bahia não for decretada pelo presidente Lula, "as testemunhas não devem mais colaborar com a polícia".
De acordo com Oiticica, a Bahia ocupa o quinto lugar em casos de execuções no Brasil, perdendo apenas para o Rio de Janeiro, São Paulo, Espírito Santo e Rondônia.
"Nos últimos dez anos, o número de denúncias encaminhadas à Comissão de Direitos Humanos da Assembléia cresceu quase 300%", acrescentou. No ano passado, segundo o deputado baiano, foram registrados 302 casos de execuções no Estado.

Paraíba
Responsável pelas investigações sobre a morte de Flávio Manoel da Silva -testemunha da ação de matadores de aluguel na Paraíba assassinado dias depois de prestar depoimento a Asma Jahangir-, o delegado Manoel Neto de Magalhães disse ontem que o crime não representou queima de arquivo. "A gente não fala em queima de arquivo porque ele já tinha prestado depoimentos. Se não tivesse prestado, ainda seria arquivo", declarou Magalhães, designado pelo secretário da Segurança Pública da Paraíba, Noaldo Alves, para presidir o inquérito.
Segundo o delegado, laudos periciais são o seu principal trunfo até agora. Silva foi morto a tiros perto da sua casa, em Pedras de Fogo (PB), por dois encapuzados numa moto, no dia 27.


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