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Delegado especial é designado para o caso
DA AGÊNCIA FOLHA
Logo que foi informado do crime em Santo Antônio de Jesus, o
secretário da Segurança Pública
da Bahia, general Édson Sá Rocha,
anunciou a nomeação de um delegado especial para investigar as
causas do assassinato do mecânico Gérson Jesus Bispo.
"Vamos realizar uma investigação rigorosa", disse o general. Para apurar "toda a verdade", Rocha
convidou também representantes
do Ministério Público, da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa
e de ONGs ligadas aos direitos humanos, além de familiares da vítima. "Investigadores que não trabalham na área do município
também serão escalados para desvendar o caso."
Segundo o secretário, por enquanto, "não existe nenhuma relação entre os grupos de extermínio e o assassinato do mecânico".
"Nossa investigação preliminar
revela que o crime foi motivado
por vingança."
O presidente da Comissão de
Direitos Humanos da Assembléia
Legislativa da Bahia, Yulo Oiticica
(PT), 39, disse que vai encaminhar ao secretário nacional de Direitos Humanos, Nilmário Miranda, um pedido de intervenção
federal na Bahia. "Não podemos
aceitar que testemunhas de crimes continuem sendo executadas." Segundo o deputado, se a intervenção na Bahia não for decretada pelo presidente Lula, "as testemunhas não devem mais colaborar com a polícia".
De acordo com Oiticica, a Bahia
ocupa o quinto lugar em casos de
execuções no Brasil, perdendo
apenas para o Rio de Janeiro, São
Paulo, Espírito Santo e Rondônia.
"Nos últimos dez anos, o número de denúncias encaminhadas à
Comissão de Direitos Humanos
da Assembléia cresceu quase
300%", acrescentou. No ano passado, segundo o deputado baiano, foram registrados 302 casos
de execuções no Estado.
Paraíba
Responsável pelas investigações
sobre a morte de Flávio Manoel
da Silva -testemunha da ação de
matadores de aluguel na Paraíba
assassinado dias depois de prestar
depoimento a Asma Jahangir-,
o delegado Manoel Neto de Magalhães disse ontem que o crime
não representou queima de arquivo. "A gente não fala em queima de arquivo porque ele já tinha
prestado depoimentos. Se não tivesse prestado, ainda seria arquivo", declarou Magalhães, designado pelo secretário da Segurança Pública da Paraíba, Noaldo Alves, para presidir o inquérito.
Segundo o delegado, laudos periciais são o seu principal trunfo
até agora. Silva foi morto a tiros
perto da sua casa, em Pedras de
Fogo (PB), por dois encapuzados
numa moto, no dia 27.
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