TIAGO ORNAGHI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM VITÓRIA

O padre Xaviério Paolillo recebeu ontem uma ameaça de morte por seus depoimentos sobre violência policial dados à relatora especial da ONU (Organização das Nações Unidas) para execuções sumárias, Asma Jahangir. A enviada, que chegou ao Brasil no último dia 16 de setembro, deixou o país anteontem.
O padre atua na paróquia de Vitória, capital do Espírito Santo, e trabalha há 15 anos contra crimes em que adolescentes são vítimas.
Xaviério Paolillo, 39, teria recebido uma ligação na manhã de ontem com as ameaças. No telefonema, um homem descrevia o automóvel utilizado pelo religioso e afirmava que iria "encher o padre de tiros".
O governo do Estado do Espírito Santo colocou uma guarda especial para fazer a segurança do padre. O grupo é composto de policiais militares.
"Vamos pegar as pessoas que estão por trás dessa ameaça", afirmou o governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PPS), quando soube das intimidações sofridas pelo padre.
O número do telefone utilizado pela pessoa para fazer as ameaças contra Paolillo ficou gravado no aparelho celular do padre.
"As investigações serão facilitadas por essa imprudência do bandido", continuou o governador Hartung.
O padre Xaviério Paolillo afirmou que a tentativa de intimidação não o fará deixar as suas atividades normais à frente da paróquia de Vitória.


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