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BARBARA GANCIA
Será que o rei da Noruega não gosta de bacalhau?
Estou boiando até agora.
Vem cá: o que foi que o Alexandre Pires fez de tão grave para
merecer a betoneira de críticas
despejada em cima dele nesta semana? Qualquer pessoa que chore fácil (eu, por exemplo, choro
até assistindo aos "Simpsons")
pode entender a emoção de um
sujeito que veio do nada e que, de
repente, se encontra em plena Casa Branca, cantando com banquinho e violão, na maior intimidade, para o presidente dos EUA
-seja lá quem for o presidente.
O pessoal chuta cãozinho pinscher com a maior facilidade. Quero ver é enfrentar pit bull, olhando no olho do bicho. Quero ver a
crítica metida a balão perguntar
à sensação do momento, Maria
Rita Mariano, por que a guria ficava tão tiririca quando era comparada à mãe, se agora ela só interpreta o repertório da Elis.
Continuo sem entender chongas. Nas bolsas de apostas da Europa, o presidente Lula é um dos
mais cotados para receber o Prêmio Nobel da Paz deste ano. Será
que eles estão falando do mesmo
presidente Lula que a gente conhece? E por que cargas-d'água o
Lula mereceria ganhar o Nobel
da Paz? Por ter sido convencido
pelo Duda Mendonça a trocar a
carranca do rio São Francisco por
um sorriso?
Se dependesse de mim, o máximo que Lula ganharia neste momento seria um puxão de orelha
bem dado de dona Marisa. Sei
que as reformas são importantes e
que nossa paçoquinha Amor em
forma de presidente está empenhado até o último fio da barba
em vê-las aprovadas. Mas será
que a mais alta autoridade da
República Federativa do Brasil tinha mesmo de comparecer ao velório do deputado do Rolex falsifi
cado? Ele não poderia ter enviado
em seu lugar o vice-presidente, o
Gushiken ou, sei lá, um filho?
E o que o venerado leitor me diz
dos 15 minutos de atraso que custaram ao nosso presidente uma
doação ao Fome Zero, que seria
feita pelo rei Harald 5º da Noruega? Ninguém explicou a Lula que,
para os europeus, meros cinco minutos de atraso já são suficientes
para causar demissões ou terminar amizades da vida inteira?
Outra história que deu um nó
nesta minha cabecinha de ervilha
foi a assessoria do rei da Noruega
admitir, durante a visita real a
São Paulo, que Harald 5º nunca
tinha experimentado bolinho de
bacalhau. Como assim? O cara
não é o rei da NO-RU-E-GA? Será
que lá na cozinha do palácio dele,
em Oslo, não há nem sequer um
livrinho merreca de bolso de culinária portuguesa?
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