TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de cem famílias do Movimento dos Sem-Teto invadiram ontem um prédio de quatro andares que pertence à Companhia Docas do Rio de Janeiro, na zona portuária. Ontem à tarde, advogados da companhia entraram na Justiça pedindo a reintegração da posse do imóvel. O resposta da Justiça não havia saído até a conclusão desta edição.
Desde a manhã de ontem, PMs e homens da guarda portuária impediam que novos invasores entrassem. O movimento, intitulado Quilombo das Guerreiras, era apoiado por militantes da Frente Popular, da CUT e de um grupo de universitários que, com pandeiros, cantavam "sem comer, sem morar, só nos resta ocupar".
As famílias começaram a entrar no prédio na noite de sexta-feira, mas a maior parte deles chegou na madrugada de ontem. Tinham comida e galões de água. Eles afirmaram que se recusam a sair do prédio, que está desocupado desde 1993.
A assessoria de imprensa da companhia informou que o prédio, onde funcionava o departamento de engenharia, era usado agora para arquivo do acervo histórico do porto. Segundo ele, o prédio está no projeto de revitalização do porto do Rio e deverá ser transformado num centro profissionalizante.


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