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Câmara dá aval para Kassab buscar investimento privado
Projeto aprovado cria empresa que permite levantar recursos por meio das PPPs
Prefeito quer usar companhia para facilitar o projeto de reforma da cracolândia e a implantação dos chips de veículos
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara de São Paulo aprovou ontem, em votação final, a
criação da SPP (Companhia
São Paulo de Parcerias), empresa que o prefeito Gilberto
Kassab (DEM) pretende constituir para levantar recursos
para seu programa de PPPs
(Parcerias Público Privadas).
O projeto, um dos mais prioritários do governo Kassab, já
que vai permitir buscar dinheiro privado, só passou após concessões do Executivo à Câmara,
como a cessão de cargos nas
subprefeituras, como noticiou
a Folha.
O governo, porém, nega que
tenha cedido cargos.
Assim que transformar o
projeto em lei, Kassab deve dar
os primeiros passos para dois
dos programas prioritários para as PPPs de São Paulo.
São eles: a reforma da cracolândia, que está prestes a ocorrer por meio de leilão das áreas
desapropriadas pela prefeitura,
e a implantação dos chips de
controle de documentação e de
rodízio de veículos da cidade,
marcado para 2008.
A empresa que implantar os
chips pode, por exemplo, vender ao motorista ou seguradora
um serviço de rastreamento.
O projeto só passou, por 33
votos a 7 -do PT-, após um
acordo de líderes que permitiu
a aprovação de um substitutivo. Procurado, o líder do PT,
Francisco Chagas, não comentou a posição do partido.
"É o projeto mais importante
desta gestão, vai abrir novas
perspectivas de investimento
privado", disse o líder do governo Kassab na Câmara, o vereador Netinho (PSDB).
O substitutivo, entre outras
mudanças, alterou a forma de
financiamento da SPP.
Pelo projeto original, seriam
incorporados ao patrimônio da
SPP cerca de R$ 300 milhões
em imóveis do município, que
poderiam ser dados como garantia de financiamento, o chamado lastro. Esse valor caiu para R$ 30 milhões.
Agora, como compensação,
também serão transferidos à
companhia SPP os cerca de R$
2,3 bilhões que a prefeitura
tem a receber de impostos em
atraso de contribuintes que
aderiram ao programa de parcelamento.
Outra mudança resultado de
acordo entre os líderes foi a
proibição da criação de pedágios por PPPs sem que haja autorização da Câmara.
Publicidade nas ruas
Os vereadores também proibiram no projeto que a prefeitura prorrogue, sem licitação,
os contratos de concessão de
publicidade nos relógios de rua
-aqueles que têm termômetros- e os abrigos de ônibus.
Após a criação do programa
Cidade Limpa, que quase extinguiu a mídia nas ruas, a publicidade em relógios e abrigos foi
valorizada e, segundo assessores próximos a Kassab, havia
pressões pela prorrogação dos
contratos hoje em vigor.
A Câmara ainda estabeleceu
um mecanismo que vai centralizar nas mãos do prefeito, e
não nas subprefeituras, as parcerias que permitem a empresas recuperar e preservar locais
públicos, como praças, em troca de fazer propaganda no local.
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