da Reportagem Local

A Prefeitura de São Paulo vai arrecadar cerca de R$ 10,8 milhões apenas com a venda do potencial de construção da Operação Urbana Faria Lima, negociada na reunião de ontem da CNLU.
Apenas na região da República do Líbano, serão arrecadados R$ 3,6 milhões.
Mas o valor é insuficiente para fazer as melhorias necessárias na região, previstas na lei que criou as operações urbanas, segundo a arquiteta Regina Monteiro, diretora do Movimento Defenda São Paulo -entidade que representa 250 associações de bairro e entidades ambientais da cidade.
Mais trânsito
Os projetos aprovados vão atrair mais tráfego à região, explica Regina. "Logo, a verba arrecadada deveria ser utilizada para obras de melhorias do sistema viário da região."
Mas, segundo ela, seria preciso uma verba muito maior para realizar mudanças que preservassem a região.
Para comparar, ela cita o custo do Complexo Viário Ayrton Senna, que tem dois túneis passando sob o parque Ibirapuera -cerca de R$ 1,2 bilhão (valor contestado pela prefeitura).
"O que dá para fazer com R$ 3,6 milhões para preservar a região?", questiona. "A prefeitura tem nas mãos a responsabilidade pelo futuro do bairro e, infelizmente, está agindo de forma incorreta", afirmou Regina.
Cingapura
Já a verba arrecadada nas operações interligadas aprovadas ontem (cerca de R$ 3,5 milhões) será empregada no programa HIS (Habitação de Interesse Social), que hoje é conhecido como Projeto Cingapura.
Segundo Regina, com a verba arrecadada será possível construir apenas 253 apartamentos do Cingapura.
"A relação custo-benefício não compensa. É muito pouco dinheiro se comparado ao estrago que os novos empreendimentos vão causar ao bairro", afirmou a arquiteta.
Verba
A prefeitura também engordou seus cofres com a Operação Urbana Faria Lima na gestão Paulo Maluf. Apenas entre junho de 95 e agosto de 96 foram realizadas 15 operações na região, com uma arrecadação de R$ 31,5 milhões.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice