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Réus teriam comportamento exemplar
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O comportamento dos quatro
acusados pela morte do índio pataxó Galdino Jesus dos Santos é
considerado exemplar no período
em que eles estão presos, desde
abril de 1997. Dois funcionários
da penitenciária onde eles estão e
testemunhas de defesa disseram
que os acusados não tiveram privilégios por serem de famílias de
classe média alta.
Segundo o diretor do presídio
em 1997, Brás Justino da Costa, a
transferência dos acusados da ala
comum para uma sala com televisão, vaso sanitário e chuveiro elétrico ocorreu porque informantes
relataram que os presos pretendiam sequestrar os familiares dos
réus -Eron Chaves de Oliveira,
Tomás Oliveira de Almeida, Antônio Novely Vilanova e Max Rogério dos Santos. O pai de Novely
é juiz federal em Brasília e o padrasto de Max é ex-ministro do
TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Para Raul Livino, advogado de
defesa, o depoimento de um carcereiro em favor do réu é uma
prova importante. "O carcereiro
sempre é inimigo do réu. Quando
ele se dispõe a depor é porque o
réu é bom", disse.
"Eles não tinham regalias, 95%
dos presos tem televisão", disse
Paulo Marinho de Oliveira, agente penitenciário que conheceu os
acusados. Segundo ele, os réus demonstraram arrependimento e,
após um período, "tomaram
consciência do que tinham feito".
Para o advogado e deputado
Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), assistente da acusação, os
réus tiveram tratamento diferenciado, se comparado ao de outros
presos. "Mas o sistema carcerário
como um todo está falido", disse.
Mônica Matos, agente penitenciária que teve contato com os
réus e que assistia ao julgamento,
disse que passou a se sentir próxima aos "meninos". "Todos demonstraram estar inconformados. Quando o tema era o pataxó,
eles ficavam arrasados. Max e Novely eram muito educados. Eron
era o mais inconformado e Tomás sempre ficava mais calado."
Atualmente, os acusados cuidam do almoxarifado das cantinas do presídio. Segundo seus depoimentos, cuidam das entregas,
da organização e distribuição dos
suprimentos das 9h às 17h. Há um
ano, eles trabalham das 17h às
22h, na reforma do presídio.
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