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SEQUESTRO 1
Reféns foram levadas quando andavam a pé
Menina e empregada doméstica são soltas após 8 dias em cativeiro
IURI DANTAS
DA REPORTAGEM LOCAL
O município de São Bernardo
do Campo teve nesta semana o
primeiro caso de sequestro em
que as vítimas foram capturadas
enquanto estavam a pé. Esse foi o
sexto crime do tipo registrado na
Grande São Paulo neste ano.
Na última quarta-feira, dia 31 de
outubro, três homens armados
sequestraram B.L.F., 9, filha de
um empresário da construção civil, e a empregada doméstica Eunice, 40, cujo sobrenome não foi
divulgado. As duas iam para a escola da menina, a 400 metros de
sua casa, em Vila Marlene, por
volta das 7h. A família de B. não
quis se pronunciar sobre o caso.
Segundo a polícia, os sequestradores fizeram contato com os pais
da menina menos de uma hora
depois do sequestro, ainda no dia
31. A partir daí, a polícia começou
a acompanhar as negociações.
O resgate, cujo valor não foi divulgado, foi pago no início da noite de anteontem na rodovia Imigrantes, na altura de uma entrada
para Diadema.
Ninguém foi preso na operação
e informações da polícia indicam
que o pedido inicial dos sequestradores (US$ 300 mil) não foi
atendido.
O delegado Gilmar Camargo
Bessa, 38, declarou que a quantia
paga foi "infinitamente menor"
que esse valor. Após o pagamento, os sequestradores interromperam a comunicação telefônica
com a família.
As reféns foram libertadas por
volta da 1h de ontem. Elas foram
encontradas em um Santana prata, na região de Jardim Míriam
(zona sul de São Paulo).
O carro estaria com o porta-malas aberto, o que teria chamado
atenção dos policiais que patrulhavam a área.
Segundo o delegado Bessa, do
Dise (Departamento de Investigações Sobre Entorpecentes), as
suspeitas iniciais recaem sobre
uma quadrilha de dez pessoas que
atuaria na cidade há um ano e
meio. Pelo menos um deles seria
responsável por outro sequestro e
estaria sendo procurado.
A menina comemorou o aniversário de nove anos no cativeiro, no última quarta-feira. Segundo policiais, as vítimas estavam
muito abaladas e por isso os depoimentos serão feitos na próxima segunda-feira.
A Folha apurou que uma testemunha já identificou os três suspeitos por meio de fotografia e
que as investigações mostram que
o cativeiro utilizado fica no bairro
de Vila Élida, em Diadema.
Em buscas preliminares no local, policiais encontraram espingardas de calibre 22, pistolas, sacos plásticos com bolas de metal e
uma kombi. Não havia ninguém
na casa durante a operação.
No último sábado, um universitário foi libertado, depois do pagamento de resgate na estação
Barra Funda do metrô (zona oeste de São Paulo).
O rapaz havia sido sequestrado
14 dias antes na região da avenida
Paulista (centro), quando andava
a pé.
Foi o quinto caso de 2001 -primeiro ano em que houve registro
desse tipo de caso em São Paulo.
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