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a favor
"Norma acaba com a tortura", afirma médico
DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA
O médico Roberto D'Àvila, corregedor do CFM,
afirma que a resolução
acabará com a "tortura" a
que pacientes terminais
são submetidos nas UTIs.
Ele diz que, durante a elaboração da medida, recebeu apoio de representantes do Ministério Público e
do Judiciário.
(CC)
FOLHA - Como os médicos devem agir a partir de agora?
ROBERTO D'ÀVILA - O médico
deve reconhecer que não é
invencível. Que a morte se
aproxima do doente e deixar de fazer coisas que só
causem sofrimento. Deve
reconhecer a dignidade
daquela vida, não permitindo que sinta dor, que fique ao lado da família.
FOLHA - Como será na prática?
D'ÀVILA - Hoje, um paciente em terapia intensiva recebe até 178 procedimentos em 24 horas de UTI,
desde uma punção venosa
até aspiração, entubação,
drenos. Que benefício é esse quando se trata de
doente terminal e incurável? Há quem diga que isso
é até uma forma de tortura. Então, com essa resolução, estamos dizendo: acabou a época da tortura.
FOLHA - Mas não há o risco de
alegar que é uma eutanásia?
D'ÀVILA - É possível, mas é
um grande equívoco. Na
eutanásia, há uma contribuição ativa de alguém. Eu
injeto uma droga em alguém e a pessoa pára de
respirar. Tenho uma atuação direta no fenômeno
morte imediata. Nossa resolução é exatamente
oposta. O que ela quer é
acabar com a distanásia,
que é a morte dolorosa,
prolongada, e adotar a ortotanásia, que é a morte
tranqüila, com o paciente
sendo bem-acolhido no
seu último momento.
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