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contra
"Resolução é um crime", diz promotor
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para o presidente da Comissão de Bioética e Biodireito da OAB-SP, Erickson
Gavazza Marques, os médicos que seguirem a nova
resolução do CFM poderão responder a processo
criminal.
FOLHA - O que o senhor
achou da resolução?
ERICKSON GAVAZZA MARQUES - Eu não concordo porque na realidade a legislação proíbe qualquer forma
de auxílio ao suicídio ou à
prática de um homicídio, o
que seria o caso. Acho que
a resolução contraria a legislação vigente, principalmente o Código Penal,
que prevê como crime o
fato de você não dar assistência a uma pessoa que
está em perigo de vida, sobretudo se você tem o dever de fazer.
FOLHA - Então os médicos poderão ser processados por homicídio?
MARQUES - Claro, sem dúvida nenhuma. O médico e
a família que autorizar.
FOLHA - Então a resolução
não tem amparo legal?
MARQUES - Não tem amparo e nem força legal nenhuma. Os médicos não
podem ser orientados a
praticar um crime. Porque
a eutanásia, em qualquer
modalidade, hoje é crime.
FOLHA - A resolução trata da
ortotanásia. Isso não muda esse entendimento?
MARQUES - É claro que vai
haver discussão pelo que
representa para saúde pública e do ponto de vista legal também. Isso porque o
Código Penal é um obstáculo a qualquer modalidade de eutanásia ou ortotanásia. Isso é crime. Eles
apenas estão vestindo a
noiva de forma diferente,
mas, na realidade, a noiva
é a mesma. Ou seja, é uma
forma de eutanásia.
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