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Outro lado
Laboratório afirma que anticoncepcional é eficaz
EMS Sigma Pharma diz que já providenciou o recolhimento do medicamento
DA REPORTAGEM LOCAL
O laboratório EMS Sigma
Pharma disse ontem ter tomado conhecimento da interdição
de todos os lotes do anticoncepcional injetável Contracep
pela Anvisa (Agência Nacional
de Vigilância Sanitária) e pela
Secretaria da Saúde de SP. Disse ainda que havia providenciado o recolhimento do produto.
Em nota, a empresa afirma
que age "de acordo com as determinações do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de
São Paulo".
Uma central de atendimento
foi montada para os pacientes
que usaram o contraceptivo de
julho deste ano até esta semana
-período em que, segundo o
EMS, os lotes foram distribuídos. Os números são 0800-194966 e 0800-7076684. Hoje,
o atendimento é até a meia-noite.
Segundo o EMS, o anticoncepcional Contracep está no
mercado há mais de seis anos e
está "registrado junto aos órgãos competentes, com qualidade, eficácia e segurança devidamente comprovadas".
"A EMS possui certificações
que atestam a adoção de boas
práticas de fabricação bem como a conformidade de padrões
de produção", diz comunicado.
O laboratório afirma que tem
prestado informações aos órgãos regulatórios do setor e tem
trabalhado na apuração do erro
que levou ao recolhimento do
anticoncepcional. Exames laboratoriais mostraram que os
lotes do Contracep têm quantidade de hormônios até 25%
menor do que a prevista.
Raio-X
Fundado em São Bernardo
do Campo (Grande SP) em
1964, o EMS é líder no setor farmacêutico no Brasil em unidades de remédios vendidas e em
faturamento, diz o IMS Health,
auditoria oficial do setor.
O crescimento da empresa,
até 2001 considerada pequena,
foi impulsionado pela Lei dos
Genéricos, de 1999. Primeira a
produzir remédios sem marca
em 2000, a EMS tem hoje
36,7% do mercado de genéricos
e passou do 13º lugar, em 2001,
à liderança do setor.
Com faturamento de pouco
mais de R$ 830 milhões entre
janeiro e junho, o EMS tem hoje 7,3% de market share, a fatia
do mercado. O resultado representa aumento de 32,2% ante o
mesmo período de 2006; no intervalo, o mercado cresceu
10,4%. Em 2006, o faturamento do EMS foi de R$ 1,6 bilhão.
Com unidades em Hortolândia (SP) e São Bernardo, o EMS
tem 100% de capital nacional,
num setor em que boa parte das
empresas são estrangeiras.
O EMS é processado pelos
concorrentes por supostamente copiar embalagens de remédios. A maior parte das vendas
do laboratório é feita sem necessidade de receita médica.
Procurada pela Folha, a empresa diz que usa cores semelhantes às das embalagens dos
produtos de referência para
"orientar os consumidores que,
conhecendo as diferentes opções disponíveis, podem optar"
pelo genérico ou o de marca. O
EMS diz ainda que ganhou algumas ações e que outras ainda
estão em julgamento nos tribunais.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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