São Paulo, sábado, 10 de novembro de 2007

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Outro lado

Laboratório afirma que anticoncepcional é eficaz

EMS Sigma Pharma diz que já providenciou o recolhimento do medicamento

DA REPORTAGEM LOCAL

O laboratório EMS Sigma Pharma disse ontem ter tomado conhecimento da interdição de todos os lotes do anticoncepcional injetável Contracep pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e pela Secretaria da Saúde de SP. Disse ainda que havia providenciado o recolhimento do produto.
Em nota, a empresa afirma que age "de acordo com as determinações do Centro de Vigilância Sanitária do Estado de São Paulo".
Uma central de atendimento foi montada para os pacientes que usaram o contraceptivo de julho deste ano até esta semana -período em que, segundo o EMS, os lotes foram distribuídos. Os números são 0800-194966 e 0800-7076684. Hoje, o atendimento é até a meia-noite.
Segundo o EMS, o anticoncepcional Contracep está no mercado há mais de seis anos e está "registrado junto aos órgãos competentes, com qualidade, eficácia e segurança devidamente comprovadas".
"A EMS possui certificações que atestam a adoção de boas práticas de fabricação bem como a conformidade de padrões de produção", diz comunicado.
O laboratório afirma que tem prestado informações aos órgãos regulatórios do setor e tem trabalhado na apuração do erro que levou ao recolhimento do anticoncepcional. Exames laboratoriais mostraram que os lotes do Contracep têm quantidade de hormônios até 25% menor do que a prevista.

Raio-X
Fundado em São Bernardo do Campo (Grande SP) em 1964, o EMS é líder no setor farmacêutico no Brasil em unidades de remédios vendidas e em faturamento, diz o IMS Health, auditoria oficial do setor.
O crescimento da empresa, até 2001 considerada pequena, foi impulsionado pela Lei dos Genéricos, de 1999. Primeira a produzir remédios sem marca em 2000, a EMS tem hoje 36,7% do mercado de genéricos e passou do 13º lugar, em 2001, à liderança do setor.
Com faturamento de pouco mais de R$ 830 milhões entre janeiro e junho, o EMS tem hoje 7,3% de market share, a fatia do mercado. O resultado representa aumento de 32,2% ante o mesmo período de 2006; no intervalo, o mercado cresceu 10,4%. Em 2006, o faturamento do EMS foi de R$ 1,6 bilhão.
Com unidades em Hortolândia (SP) e São Bernardo, o EMS tem 100% de capital nacional, num setor em que boa parte das empresas são estrangeiras.
O EMS é processado pelos concorrentes por supostamente copiar embalagens de remédios. A maior parte das vendas do laboratório é feita sem necessidade de receita médica.
Procurada pela Folha, a empresa diz que usa cores semelhantes às das embalagens dos produtos de referência para "orientar os consumidores que, conhecendo as diferentes opções disponíveis, podem optar" pelo genérico ou o de marca. O EMS diz ainda que ganhou algumas ações e que outras ainda estão em julgamento nos tribunais. (VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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