DA REPORTAGEM LOCAL

A companhia farmacêutica Merck anunciou ontem um acordo no valor de US$ 4,85 bilhões (R$ 8,43 bilhões) para pôr fim a mais de 95% dos processos apresentados à Justiça dos EUA contra seu antiinflamatório Vioxx, retirado do mercado em 2004 depois de um estudo clínico mostrar riscos elevados de ataque cardíaco e infarto devido ao uso contínuo da droga.
Segundo o laboratório, um fundo de US$ 4 bilhões deverá ser criado para pacientes que sofreram ataques cardíacos enquanto tomavam o remédio; outros US$ 850 milhões seriam reservados para quem sofreu infarto.
Em comunicado, a empresa diz que o acordo não significa um reconhecimento de culpa. Até seu anúncio, o grupo farmacêutico afirmava que contestaria cada uma das 26,6 mil ações judiciais.
Segundo a Merck, o acordo não se refere apenas a cidadãos americanos ou pacientes capazes de provar que seus ataques ocorreram em razão do remédio nos EUA. O remédio também era vendido no Brasil.
Em nota, o laboratório diz que os pacientes serão indenizados individualmente, e que os valores dependerão das lesões sofridas e da duração do período de uso de Vioxx.
Para receberem dinheiro, as vítimas devem provar que tiveram acidente vascular, ter uma receita médica para ao menos 30 comprimidos de Vioxx e mostrar que tomaram o medicamento 14 dias antes do ataque cardíaco.
A indenização pode começar em agosto de 2008, desde que 85% dos pacientes aceitem as condições em 1º de março. (VQG)