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Sete produtoras de água mineral são interditadas no ES
Laudos parciais do Departamento Nacional de Produção Mineral apontaram irregularidades como a presença de coliformes fecais
Houve lacração de uma empresa e interdição parcial das outras seis; Estado tem
12 concessionárias com permissão para atuar
CÍNTIA ACAYABA
DA AGÊNCIA FOLHA
Sete das 12 concessionárias
que têm permissão para envasar e comercializar água mineral no Espírito Santo foram interditadas. O DNPM (Departamento Nacional de Produção
Mineral) detectou irregularidades como presença de coliformes fecais, conforme mostraram laudos parciais.
Seis empresas foram parcialmente interditadas e uma, totalmente lacrada.
Os técnicos do DNPM também concluíram que há empresas que abriram fontes sem autorização, que possuem equipamentos de captação de água
enferrujados, documentação
irregular, armazenagem inadequada e rótulos em discordância com o produto.
O DNPM, ligado ao Ministério das Minas e Energia, ainda
não divulgou os nomes das empresas e as irregularidades. Em
nota, o órgão confirmou a fiscalização e disse aguardar o "resultado das contraprovas das
amostras apreendidas", que deve ser concluído em 30 dias.
"Eu tenho uma ordem expressa do diretor-geral do
DNPM para só prestar toda a
informação quando o relatório
completo for finalizado, para
não expor empresas sem ter o
conhecimento total do ocorrido", disse Izabel Neves, diretora do 20º Distrito.
Questionada sobre o risco de
a população não saber quais são
as marcas com irregularidades,
Neves afirmou que "todos os
lotes com problemas foram interditados". "O DNPM vai adotar todas as medidas necessárias, até porque a gente também faz parte da população."
Conforme informações preliminares de Peterson Guedes,
diretor-substituto de fiscalização do DNPM, duas concessionárias têm águas com coliformes fecais, em uma foi detectada ferrugem e em quatro, irregularidades de permissão e de
documentação.
Segundo o médico Ricardo
Barbuti, do Departamento de
Gastroenterologia do Hospital
das Clínicas, em São Paulo, excesso de coliformes fecais pode
causar gastroenterite aguda.
A fiscalização começou em 17
de outubro e irá até 14 de novembro. As outras empresas
também serão inspecionadas.
Justiça
Duas das sete empresas interditadas entraram com mandados de segurança na Justiça
Federal. Uma delas é a Refrigerantes Coroa, do Grupo Coroa,
que envasa a Água Campinho.
O mandado pede a liberação
dos estoques de rótulos, embalagens e produtos envasados. A
empresa também não está recolhendo água da fonte.
"A Coroa abriu uma fonte
sem autorização. Essa água
nunca foi fiscalizada", disse
Ivone Vilanova, procuradora
federal do DNPM no Estado. A
decisão sai na próxima semana.
A outra que entrou com mandado é a Águas Minerais Brasileiras, que envasa a marca Ingá.
"Pelos laudos vimos que ela
mistura dois tipos de água, o
que é totalmente proibido",
afirmou Vilanova. Ontem, a
Justiça indeferiu o pedido.
Segundo a Abinam (Associação Brasileira da Indústria de
Águas Minerais), em 2006 foram envasados 6,2 bilhões de litros de água mineral.
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