São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2008

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Agentes perdem a liberdade fora do presídio

DA SUCURSAL DO RIO

Os agentes penitenciários vivem o dilema de mandar nos detentos dentro das prisões e não ter liberdade fora delas.
Muitos funcionários da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio evitam ir a áreas controladas por facções dos presídios onde trabalham.
Na cadeia, os agentes dispõem de mecanismos de pressão sobre os internos, inclusive a força, mas são comuns as ameaças de acertos de contas do lado de fora dos muros.
O fato de serem poucos agentes desarmados para muitos presos torna os inspetores vulneráveis mesmo na prisão. É comum apenas um funcionário ser responsável por centenas de presos.
As desavenças internas que terminam em mortes extra-muros são comuns. O diretor da penitenciária Bangu 3, tenente-coronel PM José Roberto do Amaral Lourenço, foi assassinado com 30 tiros, em 16 de outubro. Foi o sétimo diretor de unidade prisional morto em oito anos.
A tensão e o ambiente de violência afetam os agentes, que levam para fora do sistema o comportamento violento, como é o caso dos "mão virgem" ou "zero tapa", freqüentemente agentes mais jovens, de concursos mais recentes (porém muitas vezes associados a corrupção), que não são vistos como um profissional completo.



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