São Paulo, quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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Rebeliões no MA deixam 18 presos mortos

Secretaria de Segurança Pública do Estado atribui assassinatos de detentos a uma guerra entre facções rivais

Integrante da OAB diz que presos reclamavam de superlotação e racionamento d'água em unidades de São Luís

Karlos Geromy/OIMP/D.A Press
Pastor Marcos Pereira com Manoel Costa de Jesus, que foi mantido refém; 3 dos 18 mortos na rebelião foram decapitados

SÍLVIA FREIRE
DE SÃO PAULO

Terminaram ontem com 18 mortos duas rebeliões no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís. Três presos foram decapitados.
As vítimas foram assassinadas por outros presos, em uma disputa entre grupos rivais pelo "domínio moral" das unidades, disse a Secretaria da Segurança Pública.
A primeira rebelião começou anteontem de manhã num anexo do Presídio São Luís, de segurança máxima.
Os presos tomaram a arma de um agente penitenciário e fizeram reféns cinco monitores desarmados. Eles foram libertados ontem, sem ferimentos, após 27 horas.
A PM localizou no início da tarde de ontem os corpos de seis presos. No dia anterior, nove corpos já haviam sido recolhidos. Foram encontradas três armas de fogo, uma delas do agente, e uma faca.
A segunda rebelião eclodiu ontem na prisão de Pedrinhas, no mesmo complexo. Três detentos morreram.
A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o motivo das rebeliões e dos assassinatos.
O desembargador José Fróes Sobrinho, do Tribunal de Justiça maranhense, disse que as mortes ocorreram por brigas de rivais: presos do interior contra os da capital.
A falta de unidades prisionais no interior do Estado faz com que os presos cumpram pena na capital. Ao longo do tempo isso gerou rivalidade.
Fróes disse que o anexo do presídio São Luís, onde houve 15 mortes, é uma das unidades com menor número de detentos e a superlotação não era uma queixa.
Luís Antonio Pedrosa, da Comissão de Direitos Humanos da OAB, que participou do primeiro dia de negociação, disse que os presos reclamavam de superlotação e de racionamento de água.
O complexo de quatro unidades tem capacidade para 2.000 detentos. Hoje abriga 4.000. Segundo Pedrosa, o anexo tinha 214 presos. A secretaria disse que ali não há superlotação, mas não informou o número de vagas.


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