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Promoção de servidor por mérito é aprovada
Medida afetará 55 mil dos 777 mil funcionários públicos de SP; policiais, professores e médicos não estão incluídos
Promoção no funcionalismo hoje ocorre devido ao tempo de serviço, entre 2 e 6 anos, independentemente do desempenho profissional
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Os deputados estaduais
aprovaram ontem proposta do
governador José Serra (PSDB),
que muda os critérios de promoção para os servidores do
Estado. A partir da sanção do
governador, os funcionários
públicos da área administrativa
serão promovidos por meio de
avaliações de desempenho, e
não mais por tempo de serviço.
A medida afeta diretamente
55 mil servidores ativos -de
um total de 777 mil.
O projeto, encaminhado à
Assembléia em outubro deste
ano, foi aprovado do jeito que o
governador Serra queria, sem a
inclusão de nenhuma emenda
dos deputados. Para entrar em
vigor, depende apenas da sanção do próprio Serra.
A lei promove a reestruturação das carreiras administrativas das chamadas "atividades
meio", como motorista, contador, fiscais e economistas. Policiais, professores e médicos,
por exemplo, não serão afetados porque são submetidos a
legislações específicas.
O projeto prevê aumento de
40% no salário do servidor com
ensino fundamental e médio
que cursar faculdade. O mesmo
reajuste será aplicado aos de nível superior que concluírem a
pós-graduação.
A principal mudança no projeto é a que estabelece uma avaliação anual aos servidores. A
cada dois anos, o funcionário
poderá concorrer a uma progressão na carreira (classificadas por letras), que representa
um aumento de 5%.
Existem no mesmo cargo/
função dez diferentes letras.
Servidores que ocupam um
mesmo cargo concorrerão entre si -por ano, só 20% deles
serão promovidos (os mais bem
avaliados). A previsão é que o
servidor atinja a faixa salarial
mais alta de sua classe em cerca
de 21 anos de trabalho.
Hoje, as promoções ocorrem
por tempo de serviço, entre
dois a seis anos, independentemente do desempenho.
O índice de reajuste geral
previsto no projeto chega a 37%
e será calculado sobre o ganho
final do servidor, com todas as
vantagens. Essa mudança, feita
pelo próprio Serra após o envio
da proposta à Assembléia, atendeu a uma das principais reivindicações dos servidores.
Segundo Barros Munhoz, líder do governo José Serra
(PSDB) na Assembléia, o projeto deverá ser sancionado em
breve pelo governador e sua
aplicação terá efeito retroativo
a outubro. Ele afirma que muitas categorias estão há cerca de
14 anos sem reajuste salarial.
Representante dos servidores, Carlos Ramiro de Castro
diz que a proposta traz vários
prejuízos aos servidores, principalmente porque alguns cargos serão terceirizados.
Ele, contudo, diz que foram
um avanço as mudanças feitas
por meio de emendas encaminhadas pelo próprio governador, como as que permitem a
incorporação de vantagens
-como a sexta parte e o adicional por tempo de serviço- ao
cálculo do salário-base.
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