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Orçamento menor não afeta emenda de vereadores
Propostas de vereadores, de até R$ 2 mi cada uma, não serão atingidas por cortes
"Os vereadores são representantes da população e têm direito de fazer emenda com ou sem crise", diz o relator do Orçamento
CONRADO CORSALETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os cortes de R$ 2,2 bilhões
no Orçamento de 2009 definidos pela Câmara Municipal e
referendados pelo prefeito reeleito Gilberto Kassab (DEM)
vão atingir o sistema de transportes, a varrição de ruas e os
projetos sociais de São Paulo,
mas não devem diminuir em
nenhum tostão o valor das
emendas individuais apresentadas pelos vereadores.
Segundo orientação do próprio prefeito, estão autorizadas
emendas de até R$ 2 milhões
para cada um dos atuais 55 parlamentares e para os 16 novos,
que assumem em 2009. As propostas (normalmente obras em
redutos eleitorais) serão incorporadas ao Orçamento após o
texto básico ser votado em primeiro turno, o que deve ocorrer
ainda nesta semana.
Ontem, a proposta do relator
Milton Leite (DEM), que cortou 7,5% da peça, reduzindo-a
de R$ 29,4 bilhões para R$ 27,2
bilhões sob o argumento de que
a arrecadação em 2009 será
menor por causa da crise econômica mundial, foi aprovada
por sete votos a dois na Comissão de Finanças e Orçamento.
Os vereadores pretendem
usar o dinheiro "extra" vindo
da venda de terrenos da prefeitura para pagar as emendas. Para isso, terão de aprovar projetos do Executivo que autorizam
a venda desses imóveis. Há ainda outros projetos, como o que
muda a base de cálculo do ISS
(Imposto Sobre Serviços) dos
cartórios da capital, o que também traria uma receita "extra".
O discurso inicial dos vereadores era que essa verba serviria para minimizar os cortes.
Ontem, o relator, da base de
apoio a Kassab, afirmou: "São
recursos novos. Em havendo a
arrecadação, paga-se a emenda
de acordo com o fluxo de caixa".
Perguntado sobre o possível
uso político da verba pelos vereadores em prejuízo de áreas
que tiveram cortes consideráveis, disse: "Os vereadores são
representantes da população e
têm direito de fazer emenda
com crise ou sem crise".
Pelos cálculos de Leite, a
"verba extra" com a venda de
terrenos e com a mudança do
ISS para cartórios poderá render, só em 2009, cerca de R$
200 milhões. As emendas dos
parlamentares, se pagas na íntegra, custarão R$ 142 milhões.
Para o líder do governo na
Câmara, José Police Neto
(PSDB), é preciso aprovar os
projetos que garantem as verbas extras antes de discutir a
sua destinação.
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