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SP corta verba de projeto de Alckmin para as escolas
Escola da Família terá redução de escolas abertas no final de semana
Dinheiro economizado será usado no programa que cria um segundo professor nas salas de primeira série na rede estadual de ensino
DA REPORTAGEM LOCAL
O governo de São Paulo acaba de reduzir à metade a dotação orçamentária de uma das
vedetes da gestão de Geraldo
Alckmin, o programa Escola da
Família. Com o aval do governador José Serra (PSDB), a secretária da Educação, Maria
Lúcia Vasconcelos, determinou a drástica diminuição do
número de escolas abertas à comunidade nos fins de semana:
de 5.200 para 2.334 unidades.
"O projeto é bom. Não tenho
crítica a fazer à qualidade do
projeto. O problema é racionalizar para continuar funcionando onde é útil de fato. Dinheiro
público também acaba", afirmou a secretária, segundo a
qual o programa "estava superdimensionado" e incluía até a
"duplicidade de ofertas em escolas muito próximas".
Com a medida, o orçamento
do programa passará dos atuais
R$ 216 milhões para R$ 108 milhões anuais. A diferença será
destinada ao cumprimento de
uma das promessas de campanha de Serra, o uso de um segundo professor nas salas de
primeira série na rede estadual.
Segundo Maria Lúcia, a intenção é contar com o segundo
professor nas escolas da capital
já no início do ano letivo.
A secretária submeteu a proposta a Serra na semana passada. Mas o governador já acenava com a revisão da amplitude
do programa ao longo da campanha, criticando a baixa freqüência em algumas escolas em
comparação com o alto custo
do projeto. "O governador é
muito firme. Quando se tem
bons argumentos, ele não fica
se pegando a miudezas. Ele
pensa macro", disse ela.
Com a medida, serão dispensados os educadores profissionais das escolas que serão desativadas nos fins de semana, os
gestores deixarão de receber
um pró-labore e será reduzido
o número de coordenadores regionais do programa.
Serão mantidos os 27.500
universitários bolsistas contemplados pelo programa. Cada um tem 50% do valor da
mensalidade -limitado a um
teto de R$ 267- coberto pelo
Estado. O restante é complementado pela universidade.
Haverá remanejamento dos
universitários que atuam nas
escolas onde o programa será
desativado.
A decisão foi amparada no
cruzamento da freqüência com
um estudo realizado pela fundação Seade em 2004 para medir o índice de vulnerabilidade
social e juvenil no Estado. O
programa foi mantido em escolas onde é alto o índice de vulnerabilidade.
Para a desativação, foi considerada uma combinação de critérios, incluindo condições
geográficas, índice de presença
e grau de vulnerabilidade. Até a
proximidade a CEUs foi levada
em conta.
É, por exemplo, considerada
baixa a freqüência em escolas
onde a média de participação é
inferior a 2.000 pessoas por
mês. A presença de um aluno
pode ser registrada duas ou
mais vezes caso ele participe de
diferentes atividades.
Motivo de orgulho do ex-secretário Gabriel Chalita, o programa consiste no funcionamento das escolas das 9h às 17h
aos sábados e domingos.
Sob a coordenação de um
gestor, a escola conta com um
educador profissional, uma
equipe de voluntários e uma
equipe de bolsistas para desenvolvimento de atividades de
cultura, esporte, saúde e qualificação para o trabalho.
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