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Estrangeiros enriquecem ensino local, diz recrutador
DA REPORTAGEM LOCAL
Os atentados terroristas que
atingiram Nova York em 2001
fizeram os educadores americanos atentarem para a necessidade de abrir os olhos dos alunos para o mundo, diz Mitch
Leventhal, que preside o Conselho Americano de Recrutamento Internacional e a Universidade de Cincinnati (Ohio).
"Precisamos de estudantes
que falem línguas e entendam o
que sai na imprensa estrangeira, que entendam outras culturas não só para questões diplomáticas mas comerciais." Leia
trechos de sua entrevista.
(DG)
FOLHA - Que oportunidades o conselho oferece ao estudante?
MITCH LEVENTHAL - Hoje é complicado estudar nos EUA, porque muitas universidades recusam o serviço das agências de
intercâmbio, que são um meio
simples de tentar. O conselho
está mudando isso.
Além do mais, temos 3.800
instituições, mas a maioria só
sabe o nome de uma dúzia.
Um intermediário pode ajudar o estrangeiro a entender o
que precisa e onde terá mais
chances. Todo pai gostaria de
pôr seu filho em Harvard, mas
são 40, 50 inscrições por vaga.
É para poucos.
FOLHA - E quais as vantagens para
as universidades americanas?
LEVENTHAL - A população de estudantes estrangeiros não é
muito grande na graduação
aqui -quando é, está concentrada em grupos de poucos países, como Índia ou China.
Depois dos ataques do 11 de
Setembro, percebemos que é
preciso ganhar maior perspectiva internacional nas aulas.
Além disso, a maioria dos estudantes que vêm é de classe média e tem condições de pagar
por seus estudos.
Para nós, em Cincinnati, a
motivação é metade o dinheiro
e metade melhorar a experiência de estudo.
FOLHA - Qual a influência da crise
econômica no projeto? Há falta de
alunos americanos?
LEVENTHAL - Ainda não se sabe o
efeito sobre as universidades.
Mas, sim, é momento das universidades se tornarem mais
criativas na arrecadação.
FOLHA - Quem tem mais chances
de conseguir uma vaga: um aluno
do Brasil, Sri Lanka ou Reino Unido?
LEVENTHAL - Você quer me complicar? [Risos] Pense que não
temos tantos alunos latino-americanos. O Brasil é cada vez
mais importante, uma potência, como são Índia e China,
mas destes países temos gente.
É preciso diversidade, o que dá
vantagem aos brasileiros.
FOLHA - Por que é preciso certificar
as agências de intercâmbio?
LEVENTHAL - Algumas universidades pensam ser ilegal recrutar alunos por agências [nos
EUA, é proibido apenas ter intermediários para atrair americanos]. Mas fica a questão: como saber quem vai representar
bem a universidade lá fora? Por
isso, criamos a certificação, para pesquisar se a instituição
tem histórico da agência, que
seja visitada pelo conselho para
poder aferir se há organização
apropriada.
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