São Paulo, domingo, 11 de janeiro de 2009

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Estrangeiros enriquecem ensino local, diz recrutador

DA REPORTAGEM LOCAL

Os atentados terroristas que atingiram Nova York em 2001 fizeram os educadores americanos atentarem para a necessidade de abrir os olhos dos alunos para o mundo, diz Mitch Leventhal, que preside o Conselho Americano de Recrutamento Internacional e a Universidade de Cincinnati (Ohio). "Precisamos de estudantes que falem línguas e entendam o que sai na imprensa estrangeira, que entendam outras culturas não só para questões diplomáticas mas comerciais." Leia trechos de sua entrevista. (DG)

 

FOLHA - Que oportunidades o conselho oferece ao estudante?
MITCH LEVENTHAL
- Hoje é complicado estudar nos EUA, porque muitas universidades recusam o serviço das agências de intercâmbio, que são um meio simples de tentar. O conselho está mudando isso. Além do mais, temos 3.800 instituições, mas a maioria só sabe o nome de uma dúzia. Um intermediário pode ajudar o estrangeiro a entender o que precisa e onde terá mais chances. Todo pai gostaria de pôr seu filho em Harvard, mas são 40, 50 inscrições por vaga. É para poucos.

FOLHA - E quais as vantagens para as universidades americanas?
LEVENTHAL
- A população de estudantes estrangeiros não é muito grande na graduação aqui -quando é, está concentrada em grupos de poucos países, como Índia ou China. Depois dos ataques do 11 de Setembro, percebemos que é preciso ganhar maior perspectiva internacional nas aulas. Além disso, a maioria dos estudantes que vêm é de classe média e tem condições de pagar por seus estudos. Para nós, em Cincinnati, a motivação é metade o dinheiro e metade melhorar a experiência de estudo.

FOLHA - Qual a influência da crise econômica no projeto? Há falta de alunos americanos?
LEVENTHAL
- Ainda não se sabe o efeito sobre as universidades. Mas, sim, é momento das universidades se tornarem mais criativas na arrecadação.

FOLHA - Quem tem mais chances de conseguir uma vaga: um aluno do Brasil, Sri Lanka ou Reino Unido?
LEVENTHAL
- Você quer me complicar? [Risos] Pense que não temos tantos alunos latino-americanos. O Brasil é cada vez mais importante, uma potência, como são Índia e China, mas destes países temos gente. É preciso diversidade, o que dá vantagem aos brasileiros.

FOLHA - Por que é preciso certificar as agências de intercâmbio?
LEVENTHAL
- Algumas universidades pensam ser ilegal recrutar alunos por agências [nos EUA, é proibido apenas ter intermediários para atrair americanos]. Mas fica a questão: como saber quem vai representar bem a universidade lá fora? Por isso, criamos a certificação, para pesquisar se a instituição tem histórico da agência, que seja visitada pelo conselho para poder aferir se há organização apropriada.


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